Um produto de dados é um pacote reutilizável e autônomo que combina dados, metadados, semântica e modelos para dar suporte a diferentes casos de uso de negócios. Ele pode incluir componentes como conjuntos de dados, dashboards, relatórios, modelos de aprendizado de máquina (ML), consultas criadas previamente ou pipelines de dados.
Os produtos de dados são desenvolvidos com uma abordagem baseada em product thinking e na aplicação de princípios tradicionais de desenvolvimento de produto. Essa abordagem envolve compreender as necessidades dos usuários, priorizar funcionalidades de alto valor e iterar com base no feedback. No fim, trata os dados como um produto criado para resolver problemas específicos dos usuários.
Os produtos de dados são criados para serem detectáveis, interoperáveis e práticos. Eles permitem que todos — de usuários de negócios e analistas de dados a cientistas de dados, administradores de dados e engenheiros — consigam extrair valor significativo dos dados que estão presos dentro da organização.
O conceito de produtos de dados ganhou destaque em 2019, quando Zhamak Dehghani, diretora de tecnologia da consultoria ThoughtWorks, apresentou os produtos de dados como um componente central da arquitetura data mesh. Um data mesh é uma arquitetura de dados descentralizada que organiza os dados por domínios de negócio específicos (como marketing, vendas e atendimento ao cliente), proporcionando mais controle para os produtores de um determinado conjunto de dados.
Para funcionar de forma eficaz, um produto de dados deve apresentar várias características essenciais:
Os stakeholders devem conseguir descobrir e localizar com facilidade o produto de dados certo para seu caso de uso.
Um produto de dados deve incluir metadados claros e estar estruturado de acordo com domínios de negócio específicos, permitindo que consumidores de dados e equipes de domínio interpretem e apliquem as informações de forma eficaz.
Os produtos de dados devem se integrar sem dificuldades com outros sistemas para fornecer insights consistentes entre plataformas.
Os produtos de dados devem ser empacotados como uma unidade coesa, fácil de distribuir dentro da organização, garantindo uso consistente e compreensão entre as equipes.
Um produto de dados deve ter controles de acesso e medidas de segurança adequadas, para garantir que apenas usuários autorizados tenham acesso aos dados, mantendo a conformidade.
Um produto de dados bem projetado é construído com componentes modulares que podem ser reaproveitados para criar novos produtos de dados ou insights derivados, aumentando a eficiência e reduzindo esforços redundantes.
McKinsey relata que empresas orientadas por dados têm 23 vezes mais chances de conquistar clientes e 19 vezes mais chances de serem lucrativas. No entanto, apesar da crescente demanda por tomada de decisão baseada em dados, muitas organizações continuam enfrentando obstáculos como silos de dados, dependência de fornecedores e riscos de conformidade devido à ausência de frameworks adequados de controle de dados.
Para lidar com esses desafios, algumas organizações adotaram a abordagem de dados como produto, tratando os dados como um ativo gerenciado e utilizável, e não apenas como subproduto das operações.
As metodologias de dados como produto enfatizam a estruturação e o controle dos dados para orientar decisões de negócios e melhorar a experiência do usuário. Com base nesse princípio, os produtos de dados oferecem uma abordagem estruturada e de autoatendimento para o gerenciamento de dados, reduzindo a dependência das equipes técnicas e permitindo decisões em tempo real.
As organizações que investem em produtos de dados podem observar melhorias no acesso a dados, interoperabilidade, armazenamento de dados e controle.Em todos os setores, os produtos de dados têm potencial para aprimorar a automação, apoiar a tomada de decisão baseada em dados e ajudar as empresas a alinhar suas estratégias de dados com objetivos de negócios de longo prazo. Ao aproveitar plataformas de dados robustas, modelos de aprendizado de máquina e ferramentas de visualização, as organizações podem capacitar as equipes a maximizar o valor dos seus dados.
Os produtos de dados frequentemente atingem esses benefícios ao capacitar diversas funções dentro da organização:
A forma como as organizações gerenciam dados evoluiu de uma abordagem passiva, baseada em ativos, para uma estratégia ativa e orientada a produtos.
Tradicionalmente, as empresas tratavam os dados principalmente como algo a ser coletado e armazenado. Essa abordagem centraliza os dados em um data warehouse ou sistema de origem, organizando-os por área temática (como finanças ou marketing) e atribuindo sua responsabilidade a equipes centralizadas. O sucesso costuma ser medido pelo volume de dados, como terabytes armazenados, com a expectativa de que, ao simplesmente dispor de mais dados, os colaboradores passarão a utilizá-los.
No entanto, os metadados são definidos tipicamente por departamentos de TI e não são adequados para os consumidores de dados. Como resultado, muitos esforços com ativos de dados se concentram em análises descritivas e relatórios, voltando-se ao passado em vez de usar os dados de forma proativa para resolver questões de negócios.
Em contraste, tratar os dados como produto muda o foco do armazenamento para o uso e a geração de valor. Os produtos de dados passam por um ciclo de vida específico e são projetados, testados e iterados — muito parecido com produtos de software que seguem metodologias ágeis ou DataOps.
A responsabilidade é específica de cada domínio (por exemplo, um produto de dados de marketing gerenciado por especialistas da área), o que mantém os dados relevantes e com alta qualidade. Os dados também são organizados conforme as necessidades específicas de uso, com metadados detalhados impulsionados pelo negócio. Isso garante que os produtos de dados sejam facilmente encontrados e compreendidos por usuários corporativos.
Como os responsáveis pelos dados assumem a responsabilidade pelos produtos de dados, há monitoramento contínuo do uso, da qualidade e do valor obtido a partir de um produto por meio de ciclos de feedback com os usuários finais.
O sucesso é medido por como os dados melhoram a tomada de decisão, geram receita ou reduzem custos — e não apenas pela quantidade de terabytes armazenados. Como resultado, as iniciativas de produtos de dados podem resolver questões de negócios com análise de dados avançada, como modelagem preditiva e prescritiva.
Um produto de dados bem estruturado é composto por diversos elementos que viabilizam sua funcionalidade e usabilidade dentro do ecossistema de dados da organização:
Os produtos de dados podem ser classificados com base na qualidade e no nível de refinamento dos dados. Os tipos de produtos de dados incluem:
Produtos de dados provenientes de sistemas de origem. Esse tipo de produto de dados bruto (ou com transformação mínima) é frequentemente a base para casos de uso como ciência de dados e IA generativa.
Produtos de dados que foram organizados e consolidados em dados mestres, que padronizam entidades-chave do negócio (como clientes ou produtos), garantindo consistência entre sistemas.
Produtos de dados refinados, processados e projetados para dar suporte à tomada de decisão e gerar insights praticáveis.
Seguindo um ciclo de vida estruturado de gerenciamento de produto, as equipes de dados conseguem criar produtos de dados que sejam continuamente valiosos, escaláveis e alinhados às necessidades de negócios em constante evolução.
As etapas principais do ciclo de vida de um produto de dados incluem:
Organizações de diversos setores contam com produtos de dados para gerar valor para o negócio, apoiar iniciativas estratégicas e resolver problemas críticos.
Exemplos reais de produtos de dados incluem:
Desenvolver produtos de dados com sucesso exige uma abordagem estratégica que inclua compreender o consumo de dados, mapear as interações com dados, testar o valor de mercado e iterar para escalar.
O primeiro passo na criação de um produto de dados é analisar o consumo atual de dados na organização. Essa etapa envolve identificar os usuários-alvo, entender quais dados eles consomem e por que esses dados são importantes para eles.
Analisar o uso de dados em termos de volume, frequência, sensibilidade e tipo oferece insights sobre quais conjuntos de dados têm mais valor. Ao priorizar os grupos de usuários de maior impacto, as organizações podem direcionar os esforços iniciais para áreas com maior potencial de impacto nos negócios.
Quando os padrões de consumo de dados estiverem claros, o próximo passo é mapear a jornada dos dados. Criar mapas detalhados das interações reais com os dados ajuda a visualizar como eles fluem entre sistemas e equipes.
Esses mapas podem servir de base para criar novos casos de uso que gerem receita com produtos de dados. Desenvolver hipóteses sobre como os produtos de dados podem melhorar processos de negócios ajuda as organizações a transformar dados brutos em insights relevantes e praticáveis.
Com os insights validados, o próximo passo é iterar e escalar. Em vez de depender apenas das equipes centrais de TI, as organizações podem estimular agilidade e inovação ao permitir que domínios e equipes de negócios aprimorem o produto de dados. Após as melhorias, o projeto pode ser ampliado para mais equipes e domínios, garantindo que o produto de dados escale com eficiência e continue gerando valor para o negócio.
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