Governança, risco e conformidade (GRC) é uma estratégia organizacional para gerenciar a governança e os riscos enquanto mantém a conformidade com as regulamentações do setor e do governo.
GRC também pode se referir a um conjunto integrado de recursos de software para implementar e gerenciar uma empresa com essa abordagem.
O conjunto de práticas e processos de GRC fornece uma abordagem estruturada para alinhar TI com os objetivos de negócios. O nome "GRC" foi sugerido pela OCEG (Open Compliance and Ethics Group) em 2007. O GRC ajuda as empresas a gerenciar riscos de TI e segurança de forma eficaz, reduzir custos, diminuir incertezas e atender aos requisitos de conformidade. Além disso, melhora a tomada de decisões e o desempenho por meio de uma visão integrada de como a organização gerencia seus riscos. Mesmo pequenas e médias empresas podem operar globalmente, portanto, tanto os riscos quanto a necessidade de conformidade com regulamentações governamentais podem ser de alcance global, exigindo atenção cuidadosa à governança, gestão de riscos e conformidade.
No nível básico, a governança corporativa é o conjunto de regras, políticas e processos que garantem que as atividades corporativas estejam alinhadas para apoiar as metas de negócios. Ela abrange ética, gerenciamento de recursos, responsabilidade e controles de gerenciamento.
A governança também garante que a alta administração possa direcionar e influenciar o que está acontecendo em todos os níveis da corporação e que as unidades de negócios estejam alinhadas com as necessidades dos clientes e os objetivos gerais da empresa.
Uma governança eficaz cria um ambiente onde os funcionários se sentem capacitados, e os comportamentos e recursos são controlados e bem coordenados. Um dos objetivos da governança é equilibrar os interesses dos vários stakeholders corporativos, incluindo alta administração, funcionários, fornecedores e investidores.
Para manter esse equilíbrio, a governança pode ajudar a garantir, por exemplo, que contratos entre stakeholders internos e externos da empresa estejam em vigor para a justa distribuição de responsabilidades, direitos e recompensas. Isso também inclui procedimentos para reconciliar interesses conflitantes entre os stakeholders e processos que garantem que a supervisão, o controle, e fluxos de dados funcionem como um sistema de pesos e contrapesos.
A governança fornece controle sobre instalações e infraestruturas, como data centers, bem como supervisão de aplicações no nível de portfólio.
Acima de tudo, a governança é implementada para garantir responsabilidade pela conduta e pelos resultados. A conduta pode ser gerenciada por meio da aplicação de práticas empresariais éticas e regras de cidadania corporativa. Uma boa governança define funções com base nas linhas de negócio (LOB) e avalia os colaboradores com base nos resultados alcançados, e não em suas responsabilidades.
O gerenciamento de riscos é o processo de identificar, avaliar e controlar riscos financeiros, legais, estratégicos e de segurança para uma organização. Para reduzir riscos, uma organização precisa aplicar recursos para minimizar, monitorar e controlar o impacto de eventos negativos, ao mesmo tempo em que maximiza eventos positivos.
No sentido mais amplo, o gerenciamento de riscos é um sistema de pessoas, processos e tecnologia que permite que uma organização estabeleça objetivos alinhados com seus valores e riscos.
O objetivo das iniciativas de gerenciamento de riscos corporativos é alcançar os objetivos da empresa, minimizando o perfil de risco e garantindo a segurança do valor. Parte dessa tarefa é priorizar as expectativas dos stakeholders e fornecer informações confiáveis para eles.
Um programa de gerenciamento de riscos também se aplica à identificação de ameaças e riscos de cibersegurança e segurança da informação, como vulnerabilidades de software e práticas deficientes de senhas por parte de funcionários, e à implementação de planos para reduzir o risco de TI.
O programa deve avaliar o desempenho e a eficácia do sistema, avaliar tecnologias legadas, identificar falhas operacionais e tecnológicas que possam impactar o negócio principal e monitorar o risco de infraestrutura e falhas potenciais de redes e recursos de computação.
Um programa de avaliação de riscos deve atender aos objetivos legais, contratuais, internos, sociais e éticos, bem como monitorar novas regulamentações relacionadas à tecnologia. Ao focar a atenção no risco e comprometer os recursos necessários para controlar e mitigar riscos, uma empresa protegerá a si mesma contra incertezas, reduzirá custos e aumentará a probabilidade de continuidade e sucesso nos negócios.
Conformidade envolve aderir a regras, políticas, normas e leis determinadas pelos setores e/ou agências governamentais. A não conformidade pode custar caro a uma organização em termos de desempenho insatisfatório, erros custosos, multas, penalidades e ações judiciais.
A conformidade regulatória cobre leis externas, regulamentações e normas do setor aplicáveis à empresa. A conformidade corporativa ou interna está relacionada às regras, regulamentos e controles internos definidos por uma empresa individual. É importante que o programa de gerenciamento de conformidade interna esteja totalmente atualizado com os requisitos de conformidade externa. O programa de conformidade integrado deve ser baseado em um processo de criação, atualização, distribuição e acompanhamento de políticas de conformidade, além de treinar os colaboradores nessas políticas.
Para criar um programa de conformidade eficaz, as organizações precisam entender quais áreas apresentam maior risco e focar recursos nessas áreas. Depois, as políticas devem ser desenvolvidas, implementadas e comunicadas aos colaboradores para que possam abordar essas áreas de risco. As orientações devem ser desenvolvidas para facilitar o cumprimento das políticas de conformidade por parte dos funcionários e fornecedores.
Um framework de GRC ajuda as organizações a estabelecer políticas e práticas para minimizar o risco de conformidade. As soluções de GRC voltadas para TI e segurança são focadas em utilizar informações atualizadas sobre dados, infraestruturas e aplicações virtuais, móveis e na nuvem.
Além disso, o sistema de GRC de uma organização deve melhorar a eficiência, reduzir riscos e aumentar o desempenho e o retorno sobre o investimento (ROI). As empresas desenvolvem e utilizam um framework de GRC para liderança, organização e operação de suas áreas de TI, garantindo que estas suportem e habilitem os objetivos estratégicos da organização. Isso inclui correlacionar informações no contexto dos processos de negócios, políticas e controles, bem como as atividades realizadas pelas equipes de TI, finanças, RH e a diretoria executiva.
Avaliações de risco, gerenciamento de conformidade, conformidade de dados, auditorias internas e outras atividades de GRC podem ser demoradas e consumir muitos recursos quando implementadas sem uma plataforma de software GRC. Os recursos de GRC podem ajudar as empresas a eliminar os silos em processos e dados, eliminar a duplicação de esforços, cumprir regulamentações e monitorar, medir e prever perdas e eventos de risco cibernético.
Também podem ajudar as empresas a gerenciar o ciclo de vida dos modelos financeiros e orientados por inteligência artificial (IA)e melhorar a conformidade e os controles de TI. As empresas podem até medir o impacto de requisitos de negócios e regulamentares no framework de políticas e apoiar a medição automatizada e os controles de TI por meio de integração com produtos de terceiros.
O GRC permite que as empresas estabeleçam, automatizem e gerenciem avaliações de risco e sua redução. Além disso, os dados de uma plataforma de GRC permitem que as empresas tomem decisões mais informadas e, em seguida, aloque recursos para mitigar os riscos.O gerenciamento de riscos corporativos (ERM) é um subconjunto de GRC que foca nos fatores de risco.
Auditorias para regulamentações como a Lei Sarbanes-Oxley são os marcos pelos quais o GRC opera, e os departamentos precisam manter e proteger detalhes confidenciais (incluindo faturas, registros de recursos humanos e relatórios financeiros) para estarem preparados para essas auditorias.
Um programa eficaz de GRC pode ser particularmente útil para empresas que já passaram por um evento significativo de conformidade, risco ou falha. Além disso, empresas que não confiam em sua conformidade ou em sua geração de relatórios e visibilidade dos riscos financeiro internos e externos, ou no gerenciamento de risco de terceiros, podem recorrer a um modelo de GRC para ajudar a corrigir e monitorar conjuntos de controles redundantes e frameworks ineficazes, a fim de evitar preocupações recorrentes com riscos.
Às vezes, as empresas podem achar difícil alocar recursos, lidar com conflitos de interesse e medir o sucesso. Isso pode ser resultado do aumento dos custos para lidar com riscos e requisitos, além do desafio de gerenciar o crescimento exponencial de relacionamentos e riscos com terceiros.
No entanto, as empresas podem definir e monitorar objetivos claros com métricas geradas por uma plataforma de GRC. Isso ajudará a aumentar o desempenho e melhorar o ROI.
Uma estratégia de GRC bem-sucedida requer uma coordenação harmoniosa de pessoas, planejamento, processos e tecnologia. Os esforços devem ser contínuos: os riscos e regulamentações estão em constante mudança, e as organizações precisam acompanhar e se manter à frente. Os passos para o sucesso incluem os seguintes:
Estabeleça metas claras e construa um framework de GRC: determinar seus maiores riscos e desafios definirá a estrutura de seu framework. A organização precisa focar em regulamentações governamentais ou na privacidade e segurança de dados? Um framework completo deve ajudar a organização a tomar decisões de negócios informadas, minimizar riscos e garantir sustentabilidade.
Identifique lacunas operacionais atuais: as organizações devem examinar mais de perto todos os problemas que não foram totalmente resolvidos, como terceiros que tiveram sérios problemas de segurança ou a falha da organização em acompanhar os relatórios regulatórios exigidos. Os processos operacionais e a tecnologia de negócios podem sempre ser melhorados, e ficar para trás cria maiores riscos.
Obtenha apoio da alta administração: se a alta administração não estiver verdadeiramente comprometida, será difícil ganhar impulso em torno da implementação. Os gerentes precisam liderar uma cultura corporativa consciente dos riscos. O objetivo é guiar a organização para prevenir problemas de GRC, em vez de ter que lidar reativamente com eles depois que surgem.
Obtenha apoio em toda a organização: toda a organização deve entender a importância do GRC. Se os funcionários sentirem que o GRC é responsabilidade de outra pessoa, os problemas podem passar despercebidos, não importando o quão abrangente o framework seja.
Defina funções e responsabilidades claras: todos precisam saber onde se encaixam na colaboração interfuncional. O conselho de administração e o diretor executivo (CEO) são responsáveis pela supervisão e aprovação do framework de GRC. O diretor de riscos (CRO) é responsável pela supervisão diária. O diretor de conformidade (CCO), o diretor executivo de TI (CIO), o diretor de tecnologia (CTO) e o diretor financeiro (CFO) desempenham um papel, juntamente com o departamento jurídico, a auditoria interna, finanças, TI e gerentes de LOB. As tarefas e responsabilidades individuais devem ser claras, e todos devem saber como relatar suas preocupações relacionadas a GRC.
Use software GRC: usar apenas processadores de texto e planilhas pode condenar uma organização a rastreamento manual. Esse processo não pode fazer as perguntas certas ou registrar resultados de uma forma que se convertam em relatórios claros e completos, necessários para a conformidade legal e para revelar insights mais profundos.
Teste do framework do GRC: comece com um ou dois departamentos para garantir que o processo e a interface do GRC sejam claros e que todas as questões significativas estejam sendo abordadas. Corrigir qualquer problema quando ele ainda é pequeno economizará tempo e, possivelmente, evitará constrangimentos, em vez de lançar um programa em toda a organização desde o primeiro dia.
O gerenciamento de operações deve fazer pleno uso de software de GRC especializado para garantir que a empresa cumpra as normas de conformidade e risco. As ferramentas também podem ajudar a determinar e mitigar os riscos associados ao uso, propriedade, operação, envolvimento, influência e adoção de TI dentro de uma empresa. As ferramentas de GRC devem abranger risco operacional, políticas e conformidade, governança de TI e auditoria interna. A maioria dos softwares de GRC inclui as seguintes funcionalidades:
Gerenciamento de conteúdo e documentos, que ajuda as empresas a criar, rastrear e armazenar conteúdo digitalizado com mais precisão.
Gerenciamento de dados de risco e análises, que ajudam a medir, quantificar e prever riscos, e determinar os próximos passos para reduzi-los.
Gerenciamento de fluxos de trabalho, que auxilia as empresas a estabelecer, executar e monitorar fluxos de trabalho relacionados a GRC.
Gerenciamento de auditorias, que organiza informações e agiliza os processos para a realização de auditorias internas.
Suporte para unidades de negócios, permitindo que coordenem suas atividades em uma única plataforma.
Conexões para se manter atualizado com mudanças regulatórias.
Modelos criados previamente, que permitem configuração rápida e personalização.
Um dashboard que oferece uma interface central onde indicadores-chave de desempenho, relevantes para processos e objetivos de negócios, podem ser monitorados em tempo real.
Além disso, dar às unidades responsáveis acesso a software de gerenciamento de segurança e eventos (SIEM) pode ajudá-las a identificar ameaças de segurança. Software de auditoria também pode ajudar a avaliar o sucesso dos esforços de GRC e apontar possíveis melhorias.
Ferramentas eficazes de GRC criam e distribuem políticas e controles, e os vinculam a regulamentações e requisitos de conformidade. Essas ferramentas ajudam a avaliar se os controles foram implementados, se estão funcionando corretamente e se estão melhorando a avaliação e mitigação de riscos.
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