As organizações já compartilhavam dados muito antes da invenção da internet, mas os avanços na alfabetização digital, na tecnologia e na adoção da nuvem levaram ao compartilhamento de dados em tempo real em escala global. As tecnologias de armazenamento e transferência de dados estão mais disponíveis e acessíveis do que nunca. Como resultado, políticas e regulamentações evoluíram para reduzir os riscos associados ao compartilhamento de dados. O compartilhamento de dados é mais do que apenas permitir o acesso para análise e monetização; ele também rompe barreiras entre unidades de negócios e parceiros externos. Diferentes equipes podem trabalhar de forma independente ou em conjunto, cada uma utilizando a mesma fonte de dados atualizada. A maior quantidade e variedade de dados disponíveis permite que diversas equipes da organização contribuam para metas organizacionais mais amplas.
A combinação de informações de várias fontes, como dados de pesquisa, dados operacionais ou feedback do cliente, melhora o desempenho do serviço e aumenta o valor desses serviços. Por exemplo, unidades de negócios com acesso a dados podem usar a análise de dados para decidir com base nas tendências de mercado e nas preferências dos clientes e desenvolver estratégias de marketing bem-sucedidas.
Além disso, o compartilhamento de dados permite que autoridades públicas e organizações compartilhem seus dados de maneira segura, legal e governada. Uma parte essencial da higiene de compartilhamento de dados envolve os produtores de dados documentando e rotulando cuidadosamente os conjuntos de dados com metadados precisos para apoiar a reprodutibilidade. Descrições detalhadas com definições claras garantem que outras pessoas possam encontrar, descobrir e entender facilmente os dados compartilhados.
O Future of Privacy Forum1 (FPF) analisou parcerias de compartilhamento de dados entre empresas e pesquisadores acadêmicos e determinou que essas parcerias podem acelerar pesquisas socialmente benéficas, ampliar o acesso a conjuntos de dados valiosos e melhorar a reprodutibilidade dos resultados de pesquisas. À medida que o compartilhamento de dados se torna mais difundido, os stakeholders estão adotando medidas proativas para lidar com riscos e violações de dados usando acordos de compartilhamento de dados (DSAs) e tecnologias de aprimoramento de privacidade (PETs).
A IBM fornece um bom exemplo de implantação de protocolos rigorosos de privacidade e segurança em suas práticas de compartilhamento de dados, incluindo o uso de PETs para anonimizar dados antes de compartilhá-los com universidades, organizações sem fins lucrativos e laboratórios de pesquisa. A abordagem da IBM apoia a descoberta científica e, ao mesmo tempo, protege dados confidenciais, promovendo parcerias mais seguras e eficazes. Por exemplo, a IBM colaborou com a Melbourne Water na Austrália para analisar dados visando reduzir as emissões de energia. Durante a pandemia do COVID-19, a IBM processou sequências genômicas do SARS-CoV-2, contribuindo com mais de três milhões de sequências para um repositório de pesquisa.
Outro caso de uso atraente do valor do compartilhamento de dados vem da Benefits Data Trust, uma organização sem fins lucrativos dos EUA. A Benefits Data Trust (BDT) promove o compartilhamento de dados entre estados e organizações envolvidos na saúde e educação dos EUA. Por meio de acordos de compartilhamento de dados, a BDT aumenta as inscrições em programas públicos essenciais, como o Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP) e o Medicaid.
O Departamento de Serviços Social da Carolina do Sul, com a BDT, comparou as listas mensais do Medicaid e do SNAP, onde identificaram indivíduos elegíveis não inscritos no programa. Essa iniciativa resultou em mais de 20 mil inscrições no SNAP desde 2015, melhorando o acesso à assistência nutricional para populações vulneráveis. Esforços semelhantes na Pensilvânia também tiveram sucesso, com o compartilhamento de dados ajudando a inscrever aproximadamente 240.000 pessoas em vários programas de assistência pública desde 2005.