A ONDC foi desenvolvida em meio a crescentes preocupações de concentração de poder no mercado de comércio eletrônico durante uma era de rápida transformação digital. Na Índia, como em muitos outros países, um pequeno grupo de grandes plataformas de comércio eletrônico se transformou em monopólios digitais. Essa tendência levantou preocupações sobre práticas comerciais injustas, monopolização de dados e a marginalização de empresas locais menores que enfrentam dificuldades para competir.
Para enfrentar esses desafios e democratizar o espaço, o governo da Índia (com o apoio do Ministério do Comércio e Indústria) começou a explorar a possibilidade de criar uma rede aberta para o comércio digital. O objetivo era criar uma estrutura que permitisse que compradores e vendedores realizassem transações, independentemente das respectivas plataformas que usassem, da mesma forma que a UPI (Unified Payments Interface)2 revolucionou os pagamentos digitais ao torná-los independentes da plataforma.
Em julho de 2021, o Departamento de Promoção da Indústria e Comércio Interno (DPIIT) criou um conselho consultivo de nove membros para orientar a iniciativa e orientar os programas piloto na RCN de Nova Delhi, Bengaluru, Mumbai, Bangalore, Coimbatore, Hyderabad, Pune e outras cidades. Em poucos meses, a ONDC recebeu sua certificação como uma organização sem fins lucrativos da Seção 8 administrada pelo setor privado. Depois disso várias organizações do setor privado começaram a integrar suas aplicações e serviços com a rede ONDC.
Desde o seu lançamento, as plataformas ONDC já processaram quase 7 milhões de pedidos, e a rede ONDC ultrapassou o número de 370.000 mil vendedores e prestadores de serviços em 588 "cidades contáveis" (representando cerca de 70% das cidades indianas).3 Os protocolos da ONDC foram adotados por empresas como Flipkart, Paytm, Pincode by PhonePe, Amazon, State Bank of India (SBI) e Meta (entre outras), com casos de uso que variam desde o setor de saúde às fintechs e ao agronegócio.
A ONDC também pretende se tornar um divisor de águas no setor de entrega de alimentos, onde pode reduzir drasticamente as taxas de comissão em comparação com plataformas como Zomato e Swiggy, que cobram dos restaurantes (muitos dos quais pequenas empresas) comissões de até 25%.4