Publicado: 13 de novembro de 2023
Contribuidor: Michael Goodwin
FinOps (ou FinOps em nuvem) é uma disciplina de gestão financeira na nuvem em constante evolução e uma prática cultural que visa maximizar o valor empresarial em ambientes híbridos e multinuvem.
FinOps é um pilar de finanças e DevOps, enfatizando que as equipes de TI, finanças e negócios devem colaborar para trazer responsabilidade financeira para a nuvem e tomar decisões informadas baseadas em dados ao gerenciar as compensações entre velocidade, custo e desempenho.1
Há um equívoco de que FinOps significa se tornar barato com os gastos em nuvem. Na verdade, FinOps é sobre remover bloqueadores, capacitar equipes de engenharia para entregar melhores recursos, aplicativos e migrações mais rapidamente, e permitir uma conversa multifuncional sobre onde investir e quando. Às vezes, um negócio decide apertar o cinto. Às vezes, decidirá investir mais. Mas com o FinOps, as equipes sabem por que estão tomando essas decisões de gastos.2
A rápida adoção da infraestrutura em nuvem tem desafiado os modelos tradicionais de consumo e ciclos de aquisição; o FinOps coloca a aquisição sob o controle centralizado de uma equipe dedicada de FinOps que orienta todos os stakeholders nas melhores práticas para otimização de custos de nuvem. Ele cria uma linguagem comum que permite que as organizações operem com eficiência em escala na nuvem.
FinOps é uma disciplina e prática cultural, mas também se refere à Fundação FinOps (link externo ao site ibm.com), uma organização comercial sem fins lucrativos, parte da Fundação Linux, composta por empresas e profissionais certificados que promovem a disciplina FinOps.
A IBM anunciou a conclusão bem-sucedida da aquisição da Apptio Inc, uma empresa lucrativa de gestão de tecnologia e líder em FinOps.
Guia rápido para operacionalizar FinOps
Os gastos com cloud pública aumentaram significativamente nos últimos anos, impulsionados pela crescente adoção dos serviços de infraestrutura nativos da cloud.
O Gartner prevê que os gastos dos usuários finais em todo o mundo com a cloud pública devem expandir em 20,4% em 2022 para cerca de USD 500 bilhões, alcançando cerca de USD 600 bilhões em 2023, com a implementação de mais de 40% das cargas de trabalho corporativas na cloud.3
Essa aceleração da migração para a cloud e investimentos é equivalente às preocupações com gastos desnecessários. O relatório State of the Cloud de 2022 da Flexera revelou que, pelo sexto ano consecutivo, a otimização do uso atual da cloud era a principal iniciativa entre as organizações entrevistadas, e a migração de mais cargas de trabalho para a cloud estava em segundo lugar.
Além disso, os entrevistados reportaram que os gastos com a cloud pública ultrapassaram o orçamento em 13% em média, que esperam que os gastos com a cloud cresçam em 29% nos 12 meses seguintes e que uma estimativa de 32% do gasto com a cloud é desperdiçado.4 (O gasto com a cloud cresceu significativamente em parte porque a alocação excessiva de recursos é o método mais comum usado para minimizar o risco de desempenho).
Em resumo, o entusiasmo pela cloud computing mantém-se alto, apesar de estar claro que a adoção de arquiteturas complexas multicloud e o aumento dos gastos que a acompanha necessitam de uma reavaliação pelo gerenciamento financeiro de TI.
O FinOps surgiu como disciplina para organizações que buscam otimizar a otimizar custos usando as melhores práticas criadas para maximizar o retorno sobre os investimentos na cloud.
O FinOps requer uma mudança cultural dentro da organização que facilite a comunicação e a colaboração entre equipes que anteriormente atuavam separadas. Fundamentalmente, também exige que engenheiros e proprietários de produtos assumam a responsabilidade por seus gastos com a cloud, tratando o custo como qualquer outra métrica de eficiência.
Para engajar as equipes de engenharia nesta iniciativa e tornar o modelo de FinOps eficaz, as equipes de TI, finanças e comerciais devem trabalhar juntas com a orientação de uma equipe centralizada de FinOps a fim de estabelecer controles de gerenciamento de custos de cloud que levem em conta restrições de licenciamento e que não impactem negativamente o desempenho. As práticas de FinOps também não devem atrasar a inovação ou o lançamento do produto.
A FinOps Foundation definiu a jornada de FinOps em três fases: Informar, Otimizar e Operar, e uma empresa pode estar em diferentes fases ao mesmo tempo, dependendo da maturidade de FinOps de cada equipe ou unidade de negócios.5 A migração para o FinOps não é um processo linear que é concluído após a terceira fase, mas um processo que deve ser repetido continuamente à medida que o modelo de FinOps da empresa atinge sua maturidade.
Informar é a primeira fase do processo de FinOps. Trata-se de capacitar todos os stakeholders com as informações e conhecimento necessário para tomar decisões informadas sobre o uso da cloud.
Por exemplo, quando uma equipe de TI entende que os recursos de cloud são implementados e disponibilizados por meio de uma visibilidade aprimorada, isso permite que ela aloque as despesas associadas contextualizadas de acordo com as unidades de negócios que usam a cloud e cobrem o retorno adequadamente.
Isso inclui saber como os aplicativos estão usando os recursos de cloud. Por exemplo, da conta mensal de USD 10.000 de uso da cloud, qual parte é alocada para os aplicativos que suportam os aplicativos de finanças em relação aos aplicativos de website externo?
Otimizar é a fase seguinte do processo de FinOps e seu foco é descobrir oportunidades de economia de custo. Em que áreas a sua organização pode ajustar os recursos e aproveitar os benefícios dos descontos baseados no uso atual?
Por exemplo, se você estiver executando uma máquina virtual (MV) em um determinado nó e isso custar USD 1 por minuto, você poderia economizar ao mover essa VM para outro nó que custa apenas USD 0,08 por minuto?
Isso é uma grande oportunidade de aproveitar o preço e os descontos ideais, mas apenas se você puder aplicar as restrições de licença adequadas para obter essa economia de licença. Não é vantajoso mudar para outro nó e descobrir que sua licença não é aplicável e que você está gastante quatro vezes mais que o nó anterior.
Operar é a fase final do processo de FinOps, no qual as organizações avaliam continuamente seu desempenho com relação aos objetivos de negócios e buscam formas de melhorar suas práticas de FinOps.
Após definir os esforços de otimização, a automação permite às organizações implementar políticas que ajustarão continuamente os recursos de cloud para controlar os custos sem impactar o desempenho. As políticas que podem ser automatizadas e que reduzem os custos de maneira segura, além de aderir às restrições e políticas de conformidade de licenças permitem realizar maior controle durante a execução dos processos.
Por exemplo, estar ciente dos custos de conformidade de licenças gerados pela mudança das cargas de trabalho para novos nós a fim de melhorar o desempenho do aplicativo.
A FinOps Foundation definiu seis princípios para orientar a tomada de decisão orientada por dados de acordo com o modelo FinOps. Os princípios não são hierárquicos, mas devem ser usados em conjunto ao longo do ciclo de vida FinOps.6
É imprescindível que as equipes trabalhem em conjunto para melhorar as práticas de FinOps e realizar aprimoramentos contínuos em eficiência e inovação.
A colaboração entre equipes multifuncionais pode permitir que o departamento financeiro alcance a velocidade e granularidade de TI, capacitar os engenheiros a tratar os custos como as demais métricas de eficiência e ajudar a estabelecer governança e controles padronizados para o uso da cloud.
A visibilidade obtida na fase inicial Informar oferece às equipes de funções e produto os insights necessários para gerenciar de maneira eficaz seu uso da cloud e manter os custos dentro do orçamento predefinido.
A definição e acompanhamento das metas no nível da equipe ajuda a realizar a prestação de contas a partir da base até o topo.
O FinOps é um processo distribuído, que conta com o envolvimento de toda a empresa, mas que deve ser controlado por uma equipe centralizada.
A equipe dedicada de FinOps pode comparar fornecedores e serviços de cloud e aproveitar os descontos por uso contratado, instâncias reservadas, upgrades e descontos por volume contratado.
Um processo de compra centralizado também confere à equipe especializada a responsabilidade para lidar com as negociações de preços e a alocação de custos para as equipes.
Esses relatórios promovem decisões mais eficientes, incluindo as ações corretivas sobre recursos faltantes ou excedentes e aproveitar as oportunidades de automação que geram melhorias contínuas.
Compreender os fluxos de trabalho, redimensionar recursos e prever adequadamente a necessidade de serviços de cloud em tempo real são elementos chave para o sucesso do FinOps.
O FinOps não consiste apenas em uma estratégia de corte de custos, mas em uma prática de maximização do valor de negócios. Como tal, o valor deve impulsionar todas as decisões.
As ferramentas como a análise de tendências e variações pode ajudar as equipes a entender o aumento dos custos, além de realizar a colaboração interna entre colegas para ajudar a avaliar o desempenho da empresa.
Em vez de cortar os custos de maneira reativa quando ocorre o aumento das despesas, a avaliação dos custos, do crescimento e do desempenho permite que as equipes tomem decisões de maior valor.
Para gerar o máximo de valor a partir do investimento na cloud, as empresas devem aproveitar as oportunidades de economia do modelo de custos da cloud.
Isso inclui a comparação das opções de preço e descontos de uso oferecidos por diversos fornecedores de serviço e o ajuste das instâncias e dos serviços contratados.
Os cargos variam em cada organização, mas geralmente há cinco principais stakeholders de acordo com a FinOps Foundation (link externo à ibm.com):
Executivos. Os altos executivos como CTO, CIO, CFO ou Head of Cloud Center of Excellence focam em proporcionar projetos de TI complexos e em larga escala, gerar prestação de contas e transparência e assegurar que as equipes sigam os orçamentos.
Empresa/proprietário do produto. Normalmente, os membros da equipe de negócios ou proprietários de produtos, como um Director of Cloud Optimization, analista de nuvem ou gerente de operações de negócios, são os membros da equipe responsáveis por lançar novos produtos e recursos ao mercado e acelerar o crescimento do produto ano após ano. Os proprietários de produtos geralmente são stakeholders essenciais para a automação da infraestrutura de cloud.
Engenharia e operações. Engenheiros de software e sistemas, arquitetos de cloud, gerentes entrega de serviço e outros membros da equipe de engenharia e operações ajudam a acelerar a entrega de serviços de alta qualidade, além de manter o fluxo das operações de negócios. Para fazer isso em um modelo operacional eficaz de FinOps, essas equipes trabalham juntas para definir práticas de prestação de contas em equipes de engenharia e identificar anomalias, redução de preços e áreas de redução de custos que tornam a entrega de aplicativos e serviços mais econômica.
Finanças/Compras. Os membros da equipe de finanças e compras usam as informações da equipe de FinOps para negociar os contratos mais favoráveis, aplicar os descontos e os programas de contratação de volume e criar relatórios de orçamento, previsões e de custo da cloud.
Profissional de FinOps. Os profissionais de FinOps lideram a mudança cultural necessária para alcançar o sucesso desse modelo, por meio da união da equipe comercial, financeira e de TI para otimizar o uso da cloud e agregar mais valor aos negócios. Usando seu conhecimento do processo de FinOps, seus princípios e recursos, eles se concentram em definir uma cultura FinOps, orientando a organização sobre as melhores práticas, estabelecendo benchmarks, criando visibilidade sobre os custos de cloud e conduzindo orçamentos e previsões.
Os relatórios de FinOps são a prática de consolidação e visualização de dados de faturamento e licenciamento de maneira centralizada em ambientes híbridos e multicloud.
As práticas bem-sucedidas de FinOps exigem que as organizações eliminem os silos e criem uma cultura de responsabilidade compartilhada para engajar todos os stakeholders. Os relatórios precisos e detalhados dos ambientes híbrido e multicloud são necessários para o reconhecimento organizacional dos processos e o valor agregado do FinOps.
Os componentes essenciais dos relatórios de FinOps são a visibilidade dos custos de todo o ambiente, incluindo os dados de faturamento e as informações detalhadas e uso, a alocação de custos em diferentes dimensões, como os centros de custo e eqquipes, definição de orçamento e previsão, além de recursos de devolução e demonstração.
A otimização da cloud não é um exercício pontual para reduzir os gastos de cloud.
Ambientes híbridos e multicloud complexos mudam constantemente sob demanda para diferentes aplicações e serviços. Para evitar o risco de desempenho, a alocação de recursos deve responder automaticamente às mudanças na demanda.
A otimização da cloud requer que os aplicativos obtenham exatamente os recursos que precisam para manter o desempenho contínuo e automatizado. As empresas que estão em sua jornada de FinOps perceberam que assegurar o desempenho através da alocação de recursos dinâmica é a única maneira de realmente otimizar o seu estado de cloud.
A automação se tornará essencial para as práticas de FinOps, pois é impossível alocar aplicativos manualmente, em tempo real e em escala.
Para aproveitar seus benefícios ao máximo, as práticas de FinOps devem usar relatórios e automação em suas operações de cloud.
De acordo com a FinOps Foundation, os relatórios avançados podem ajudar a alocar 90% das despesas de cloud e pode haver uma pequena variação entre as despesas previstas e as despesas reais.7 A maturidade dos relatórios de FinOps também exige que uma organização tenha KPIs específicos definidos como medidas de sucesso.
Ao combinar os relatórios avançados com a automação, as empresas podem aumentar seu ROI sobre os investimentos em cloud, identificando eficiências continuamente e tomando ações de otimização de cloud em tempo real.
Além disso, as organizações podem aproveitar a otimização baseada em métricas por meio da automação da alocação dinâmica de recursos, para que a infraestrutura subjacente do ambiente de cloud seja ajustada a fim de atender aos objetivos de nível de serviço.
As operações de cloud que usam relatórios avançados e automação proporcionam ótimas experiências digitais ao usuário final, além de reduzir as despesas de cloud.
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À medida que mais organizações estão adotando uma abordagem híbrida e multinuvem, elas estão lutando para otimizar o valor e controlar os gastos com a nuvem. A resposta é FinOps.
Leia sobre a estrutura de FinOps e como ela pode ajudá-lo a implementar responsabilidade e automação para maximizar o valor dos negócios.
Os custos de cloud estão crescendo, afetando as margens de lucro, a receita e os custos totais de venda dos produtos. À medida que as organizações expandem seus negócios, torna-se necessário alcançar a eficiência.
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1.2 O que é FinOps (link externo ao site ibm.com), FinOps Foundation, 2022
3 A Gartner prevê que o usuário final da nuvem pública mundial gaste quase USD 500 bilhões em 2022 (link externo ao site ibm.com), Gartner, 18 de julho de 2022
4 2022 State of the Cloud Report (link externo ao site ibm.com), Flexera, 2022
5 Fases de operações financeiras (link externo ao site ibm.com), Fundação FinOps, 2022
6 Princípios FinOps (link externo ao site ibm.com), Fundação FinOps, 2022
7 Modelo de Vencimento FinOps (link externo ao site ibm.com), Fundação de operações financeiras, 2022