Quase por definição na indústria da moda, ficar de olho nas mudanças de tendências e gostos é fundamental para que a Max Mara se mantenha relevante e fiel ao seu compromisso de marca. Esse é o trabalho de designers, gerentes de produto e outras pessoas cujo foco é levar a combinação certa de produtos para o mercado.
Mas há também um outro lado do modelo de negócios da Max Mara que é essencial para manter a clientela: uma experiência de compra satisfatória, seja por meio de um dos 10 sites específicos da marca da empresa ou de mais de 2.300 lojas físicas em todo o mundo. A digitalização e o marketing omnicanal têm feito uma grande diferença.
Para a Max Mara, como muitas outras empresas, a pandemia — e as mudanças no comportamento de compra que ela trouxe — acelerou uma transformação digital que já estava em andamento. Na verdade, ao longo da pandemia, a parcela digital do volume de negócios quase triplicou. Como se ultrapassasse um limite, a unidade de operações digitais da Max Maria — criada no início da jornada de transformação digital — reconheceu que a eficiência das operações de back-end teria um impacto ainda maior na satisfação do cliente.
"Se você imaginar um "mapa de calor" de possíveis melhorias de processo, nossa zona mais vermelha seria o ciclo do pedido ao pagamento, do processamento do pedido ao serviço ao cliente, pagamento e atendimento ao cliente", explica o chefe de operações digitais da Max Mara. "E durante os aumentos sazonais nas vendas (normalmente em julho e dezembro), observamos que essas zonas vermelhas ficam ainda mais vermelhas."
Problemas de processo criam gargalos, sobretudo nas atividades do almoxarifado entre coleta, embalagem e expedição. Ao avaliar as opções, a equipe de operações digitais da Max Maria considerou abordagens tradicionais de redesenho de processos que dependiam de sistemas de Business Intelligence (BI) e insights de linha de frente de analistas de negócios, proprietários de processos e outros stakeholders para acabar com os problemas de fluxo de processos.
Embora a equipe tenha visto esses métodos como uma parte necessária da otimização do processo, eles reconheceram que eram exatamente isso: apenas uma parte. “Os sistemas de BI são importantes para apontar sintomas de problemas de processo”, explica o chefe de operações digitais, “mas não são tão capazes de diagnosticar as causas raiz, o que é fundamental para solucionar os problemas”. A visão mais abrangente da Max Mara era realizar ações direcionadas com base em dados concretos. Isso significa não apenas identificar processos abaixo do ideal em nível granular — por exemplo, padrões das equipes de um determinado almoxarifado ou o desempenho de um provedor de logística —, mas também fazer projeções baseadas em dados que mostram como mudanças específicas em processos — sejam ajustes ou automatização de fluxos de processo — afetariam as principais métricas operacionais.
Mas a equipe de operações digitais reconheceu que a grande complexidade das operações digitais da Max Maria tornou essa visão orientada por dados especialmente desafiadora. "Vendemos em todo o mundo e, embora o 'front-end' do nosso processo de pedidos seja bastante padronizado, a parte física do fluxo — mais abaixo na pilha de processos — varia consideravelmente de acordo com o país", explica o líder de operações digitais. "O mesmo acontece com nossos sistemas de suporte, como ERP e CRM, que também foram altamente personalizados para as necessidades locais."