Sabemos que o conceito do modelo de computação em nuvem está bem disseminado, com bom grau de entendimento entre os profissionais de TI e os responsáveis pelas decisões da área de negócios nas organizações. Falta, ainda, ampliar o domínio sobre outra questão essencial desse tema: como transformar o ambiente atual de TI, desenhando o caminho que levará a empresa usuária a consumir modelos de computação em nuvem? Essa dúvida abre portas para uma disciplina rica e plenamente capaz de guiar as empresas em direção ao futuro: o planejamento estratégico. Sob o guarda-chuva “planejamento estratégico”, encontram-se as metodologias capazes de, literalmente, pré-equacionarem todos os pontos críticos de um projeto de migração para a nuvem. Um planejamento estratégico bem sucedido irá garantir o alinhamento entre o modelo de computação em nuvem adotado por uma empresa e suas demandas de negócios. Para se chegar a esse resultado, no entanto, antes é necessário responder a muitas perguntas. Como identificar os riscos, limites, restrições, dependências e critérios funcionais e não funcionais dos sistemas de informação atuais, de modo a contemplar tudo isso em um plano de ação e de migração em curto, médio e longo prazo? Quais os fatores que determinam o que, como, onde, quando e por que um determinado sistema de informação será migrado para a nuvem? Sabemos quais as definições de negócio e da TI da organização? Temos uma clara visão sobre os processos, competências e a governança da organização, das áreas de negócios e de TI que deverão ser analisados? Sabemos qual o impacto em uma organização na mudança para o modelo de computação em nuvem? Embora essas indagações possam parecer difíceis, é essencial procurar respostas precisas para esses pontos – essa é a missão de um planejamento estratégico. Tudo deve ser feito a partir do completo alinhamento entre as áreas e demandas do negócio e da TI. O planejamento estratégico tem o objetivo de apresentar, através de metodologias específicas, os processos, ferramentas e matrizes que produzirão o resultado esperado com a migração para a nuvem. Trata-se de uma visão racional sobre as mudanças que devem acontecer. Este verdadeiro “Road Map” irá apontar como alcançar os objetivos colocados nesta empreitada. Isso é feito de modo a ajudar os tomadores de decisão a terem clareza sobre tudo o que está envolvido nessa caminhada de transformação. Luz sobre o processo de migração para a nuvemÉ fundamental, portanto, que o planejamento estratégico contribua para iluminar todo o processo de migração, tornando concreta e tangível cada etapa dessa evolução. Esse trabalho levanta os custos de propriedade, transformando-os em custos previsíveis conforme a utilização e picos mensuráveis dos recursos computacionais. Com isso, torna-se possível compor um fluxo financeiro periódico, que permita a racionalização do ambiente no contexto das tecnologias e infraestrutura já implementadas. Sabemos que, em médio prazo, o modelo de computação em nuvem não servirá para todos. Ainda assim, o trabalho de planejamento estratégico precisa ser compreendido, assimilado e previsto. O mercado vive um momento de grande oportunidade para os CIOs repensarem os ambientes de TI. Isso serve não apenas para reduzir custos aqui e acolá, mas, também, como uma forma de garantir que a TI estará preparada para atender às futuras demandas do negócio. Ao se pensar o futuro da TI em uma empresa, é impossível ignorar as vantagens trazidas pela computação em nuvem, principalmente quando consideramos modelos públicos. Comunicação entre as áreas de TI e de negóciosAlinhar, ao menos em parte, o conhecimento que a TI e os negócios têm sobre as vantagens e os desafios de se avançar para a nuvem é algo que irá facilitar todo o processo de migração. É necessário que a TI compreenda a linguagem e os desafios do negócio, e o negócio domine ao menos os rudimentos do modelo de computação em nuvem, de modo a não manter expectativas errôneas sobre o que mudará nos processos e nas aplicações da empresa com o avanço para esse novo modelo. A estratégia de TI precisa considerar não só o tema computação em nuvem com todos os seus conceitos e fundamentos. É essencial, também, trabalhar para que tanto os membros da equipe de TI como o corpo diretivo da organização conheçam os desafios de se avançar para nuvem. Não é por acaso que o foco na comunicação clara e concreta entre a TI e o negócio e vice-versa seja uma das colunas de um planejamento estratégico bem sucedido. O planejamento estratégico auxilia, também, na previsão do futuro da TI e da organização. Trata-se de uma longa caminhada, dividida em três níveis principais de atuação: estratégico, tático e operacional. A visão propiciada pelo planejamento estratégico determina o que precisa ser feito e quais meios utilizar para atingir o resultado planejado. O que norteia a construção de cada um dos níveis e das etapas do planejamento estratégico é a definição prévia dos objetivos a serem conquistados nos processos de negócio e na estratégia de TI. Faz parte também do planejamento estratégico medir de forma precisa, a partir do uso de critérios de avaliação bem específicos, o quanto esses objetivos finais foram realmente atingidos. Naturalmente, quanto mais realista for o objetivo, mais bem sucedido será o projeto e mais cristalinas serão as avaliações do que deu certo e o que teria de ser refeito. Análise das forças e das fraquezas da corporação usuáriaO planejamento estratégico de um projeto de computação em nuvem ajuda toda a corporação (TI e negócios) a analisar as forças e as fraquezas internas, além das oportunidades e ameaças externas. Isso promove a maturidade de todo o ambiente corporativo, aumentando a possibilidade de essa empresa oferecer respostas rápidas para o mercado. Ou seja: o excelente planejamento estratégico de um projeto de migração para a nuvem fortalece a corporação usuária em seus processos internos e, por conseguinte, em sua competitividade. Está na hora de rever antigos preconceitos sobre a importância do planejamento estratégico em um projeto de migração para a nuvem. Quem ainda pensa que a etapa de planejamento é algo burocrático, engessado e incapaz de produzir resultados rápidos precisa rever seus conhecimentos. Arma eficaz e precisa para guiar os movimentos de transformação de uma corporação, o planejamento estratégico é um passaporte para o futuro, realmente ajudando tanto a TI como o negócio a colher os melhores frutos da computação em nuvem.
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Toda organização espera que o seu CIO tenha como uma de suas metas orientar a organização através de transformações tecnológicas para minimizar os riscos e reconhecer oportunidades. A última transformação enfrentada pelas organizações de todos os tamanhos foi o advento dos sistemas integrados de gestão que influenciaram fortemente as mudanças de processos de negócios nas organizações. Dentre os principais sistemas de gestão que focaram essa transformação temos o ERP (Enterprise Resource Planning), o CRM (Customer Relationship Management) e o BI (Business Intelligence). Mais recentemente o paradigma de aquisição e manutenção de recursos de hardware e software de forma centralizada e em local físico conhecido, começou a ser desafiado com a introdução da computação em nuvem – Cloud Computing, onde recursos de hardware e software são disponibilizados de forma compartilhada, através da Internet, com ou sem definição do local físico em que se encontram e paga-se pelo consumo e não pela aquisição. A quebra desse paradigma é bastante parecida com a que ocorreu décadas atrás quando tínhamos lampiões como fonte de iluminação e poços como fontes de água. Estes foram substituídos por serviços de distribuição e consumo. A mudança para softwares na nuvem está sendo alimentada por uma série de fatores, dentre eles: - Virtualização – permite o uso compartilhado de servidores, reduzindo o custo de infraestrutura, suporte, manutenção e apoio técnico;
- A complexidade crescente dos requisitos de suporte de TI para gestão de negócios;
- A rápida adoção que as organizações fazem das últimas tecnologias, como perspectiva de se manterem competitivas.
Houve, nos últimos anos, uma abundância de informações sobre computação em nuvem. A grande maioria dessas informações visava introduzir as empresas nesse novo mundo, traduzir termos técnicos em conceitos de negócio, mostrar aos profissionais de TI a necessidade de abandonar os serviços obsoletos e ineficientes e preparar as organizações e pessoas para as novas possibilidades de mercado, seus riscos, impactos e benefícios. É importante, desta forma, que o CIO tenha a responsabilidade de entender a atual transformação em TI e fornecer orientações à sua organização sobre esse novo cenário de negócio. Os sistemas ERP se tornaram a base para as operações das organizações. Ajudam a monitorar o status e o progresso dos processos de negócio, a alinhar os custos, mitigar riscos, melhorar conformidade e eficiência operacional, criam a sinergia necessária para o crescimento do negócio. Mudar seu atual ERP para tecnologias baseadas na nuvem é uma decisão estratégica que pode trazer muitos benefícios ao negócio, contudo é preciso se questionar: ERP na nuvem é a escolha certa para minha organização? Para ajudar com essa questão, listei quatro lições-chave decorrentes de experiências recentes que servirão de recomendações aos CIOs, a saber: 1. Entenda e comunique claramente na organização o que é NuvemA nuvem oferece uma variedade de opções que podem apoiar a sua organização. Os modelos de nuvem trabalham em conjunto, de modo que você pode escolher e combinar os modelos mais adequados para as mais diferentes necessidades e aplicações em sua empresa. Todo CIO deve ser profundo conhecedo das informações básicas relativas à nuvem, de forma a comunicar adequadamente à sua organização. Segue abaixo alguns conceitos básicos: O que é computação em nuvem: Basicamente “computação em nuvem” ou “Cloud Computing” refere-se ao método de entrega de serviços de TI aos usuários finais através da Internet. A nuvem pode ser pública, privada ou híbrida. IaaS (Infrastructure as a Service) – infraestrutura como serviço. Nesse modelo o consumidor não gerencia ou controla a infraestrutura física, mas tem controle sobre sistemas operacionais, armazenamento e aplicativos implementados. O fornecedor não fornece qualquer licença de sistema operacional ou sistema de apoio. O serviço oferecido limita-se tão somente a hardware e conectividade. PaaS (Plataform as a Service) – Plataforma como serviço: Nesse modelo o consumidor aluga hardware, sistemas operacionais, armazenamento e conectividade. O fornecedor aluga servidores virtualizados e serviços de apoio que permitem a execução de aplicações já construídas e o desenvolvimento de novas aplicações e produtos. SaaS (Software as a Service) – Software como Serviço: Usuários alugam o acesso às funcionalidades dos softwares através da internet. O fabricante de software oferece serviços online, antes somente possíveis através de programas específicos, devidamente instalados em um computador. Hospedagem: Nesse modelo o consumidor aluga hardware, sistemas operacionais, armazenamento, conectividade e serviços como instalações, atualizações e configurações pertinentes aos aplicativos utilizados. 2. Potenciais Benefícios do ERP na nuvem
A computação em nuvem é uma oportunidade de transformar completamente a forma como o seu negócio e o ecossistema de sua organização funcionam. Veja abaixo alguns dos potenciais benefícios do ERP na nuvem: Economias associadas à movimentação de ERP para a nuvem Os custos de capital são reduzidos, porque não há mais necessidade de comprar hardware para manter seu ERP “em casa”, ou sob sua responsabilidade. Os custos operacionais, incluindo suporte de TI, são reduzidos uma vez que servidores e sistemas operacionais podem ser de responsabilidade do fornecedor. Os custos mensais são bem mais previsíveis em conformidade com o modelo contratado. Equipe interna de TI mais focada nos objetivos estratégicos da organização Por mover seus aplicativos para uma plataforma em nuvem, a carga de trabalho para tarefas comuns de gerenciamento de TI são reduzidas, como por exemplo aquisição e configuração de servidores que já não são mais de responsabilidade da equipe interna. A equipe interna de TI pode concentrar seus esforços em tarefas que agreguem mais valor ao negócio, incluindo atividades inteiramente relacionadas aos objetivos estratégicos do negócio. Solução ERP na nuvem e a melhoria da capacidade de escala Com seu ERP na nuvem, você contrata sob demanda, ou seja, você pode ajustar o número de usuários e as aplicações necessárias mais facilmente para atender as novas exigências do seu negócio e do mercado. Você pode fazer testes em novas aplicações sem um grande investimento inicial (compra de hardware e software, por exemplo) e com isso alcançar grande redução de risco de oportunidade caso a solução não atenda as necessidades do negócio. ERP na nuvem é uma estratégia para alcançar alta disponibilidade Uma das grandes preocupações e desafios dos fornecedores de nuvem é exatamente a continuidade dos serviços fornecidos, de forma a garantir alta disponibilidade para seus clientes. Essas empresas estão munidas de diversas contingências (hardware, conectividade, energia elétrica) para evitar que os serviços oferecidos a seus clientes não fiquem inoperantes. Existem inclusive, acordos de níveis de serviço (SLA) prevendo multas equivalentes ao comprometimento da operação do cliente em casos de inoperância dos serviços prestados pelos fornecedores de nuvem. Caso sua operação esteja sob sua responsabilidade (em casa) certamente não haverá orçamento para atingir os níveis de contingência dos fornecedores de nuvem, nem tão pouco orçamento para ressarcir os prejuízos de uma eventual parada. Um sistema ERP na nuvem é ideal para novas empresas ERP na nuvem é perfeito para organizações que estão iniciando suas atividades e também para empresas que estão criando novas divisões de negócio. Você pode usar a funcionalidade que você precisa e expandir o seu uso em conformidade com o crescimento da empresa evitando com isso grandes investimentos de capital. ERP na nuvem como apoio para a expansão global A computação em nuvem é uma força motriz para apoiar a expansão global. Um sistema ERP pode atender operações de negócios em todo o mundo, eliminando complexidade, processos e relatórios manuais e garantindo padronização. Vale ressaltar que ao acessar o aplicativo e seus dados de qualquer lugar, seus usuários poderão utilizar um PC convencional ou um dispositivo móvel. Permita que seus usuários acessem o ERP de qualquer lugar A computação em nuvem pode ajudar iniciativas para satisfação de funcionários por permitir que eles realizem todas as suas tarefas de qualquer lugar, inclusive de suas próprias casas, bastando para isso terem uma conexão de internet. Você também pode reduzir significativamente que dados de sua empresa sejam perdidos ou desviados, eliminando a necessidade de transportar arquivos em laptops e pendrives. Facilite o processo de atualização de releases de seu ERP Tendo um ERP na nuvem, atualizações podem ser realizadas sem que haja a necessidade de grandes movimentações em sua organização, pois as atualizações ficam a cargo de seu fornecedor. Para garantir ainda mais sucesso nas atualizações, basta sincronizar com seu fornecedor o melhor momento para realizar a atualização (janela de atualização) e preparar sua equipe para aproveitar as novas funcionalidades, com impactos bem menores do que ter que fazer atualizações arcaicas, máquina por máquina como exigido hoje por muitos ERPs. 3. Preocupações comuns do ERP na nuvemPreocupações como a perda de controle sobre os dados do ERP, queda de link (conectividade) e tempo de resposta são bem comuns e tornam-se pontos de discussão na avaliação para mudar o ERP para a nuvem. Segue alguns questionamentos que recomendamos que todo CIO faça antes de promover a mudança. A saber: Os dados da minha empresa estão seguros no ERP na nuvem? Muitos CIOs sentem que quando seus dados estão “em casa” ou sob sua responsabilidade, estão mais seguros e ao alcance de seu controle. O que muitas vezes passa despercebido nesta situação é que os fornecedores de computação na nuvem têm muito mais experiência em segurança da informação que a equipe interna de TI. Para dar base a esta abordagem, precisamos ter claro que na maioria das organizações os servidores não seguem nenhuma melhor prática que atenda, por exemplo, desastres naturais, enquanto que os provedores de computação em nuvem tem grande preocupação com esse e outros cenários de segurança da informação. Será que nossos dados estão protegidos contra o acesso de estranhos? A principal preocupação com a computação em nuvem é a segurança e o risco de ter seus dados acessados por outros através da internet. Como já mencionado anteriormente, com profissionais de se segurança e grandes exigências de mercado, os fornecedores de computação em nuvem tendem a ter ambientes mais seguros do que sua organização. Para isso basta escolher um provedor de nuvem respeitável que será capaz de articular claramente a governança de TI contratada e manter diretrizes regulatórias para garantir a segurança de seus dados o que inclui ajudar sua organização a entender as políticas para o controle e gestão de acesso, ou seja quem está autorizado a fazer o que e quando. Será que ainda teremos propriedade sobre nossos dados? Na maioria dos casos você irá reter propriedade de seus dados, mas esta é uma questão crucial para escolher seu provedor de ERP na nuvem antes de promover a mudança. De mesma forma é importante questionar como o provedor do ERP na nuvem vai entregar seus dados para você quando você requisitá-los ou se você optar por cancelar o contrato. O que devo procurar em um provedor de ERP na nuvem? Escolha um fornecedor com uma carteira de clientes satisfeitos e que estão dispostos a conversar com você sobre a sua experiência. Peça ao fornecedor o contato de alguns ex-clientes dele e mantenha contato com esses ex-clientes para aferir os motivos deles terem deixado o fornecedor. Examine cuidadosamente as garantias de disponibilidade, acordo de nível de serviço (SLA) e outros termos e condições pertinentes à continuidade dos serviços. Verifique a infraestrutura de redundância em suas instalações, para que no caso de uma eventual parada, haja contingência da operação. Se possível, faça uma pesquisa para estabelecer a estabilidade financeira do fornecedor. E se as circunstâncias mudarem e quisermos trazer o ERP de volta para casa? Nem todas as soluções de ERP têm a flexibilidade para ser operados na nuvem ou localmente. Alguns fornecedores só suportam implantação na nuvem, enquanto outros permitem que você mude o seu método de utilização, sem forçá-lo a passar por uma nova implementação. Se seu negócio precisar de mudanças no futuro, ter essa opção disponível pode significar enormes reduções financeiras. O tempo de resposta do sistema ERP na nuvem é muito diferente de quando ele está instalado localmente? Tendo largura de banda, velocidade adequada e estabilidade de conexão não há grandes impactos de performance, contudo você deve procurar um provedor que tenha experiência em dinamizar a experiência dos usuários. Há muitos fornecedores que sequer conhecem a nuvem a ponto de oferecer esse tipo de experiência, mas os grandes players de mercado já criaram estruturas e condições que permitem uma performance avançada que atenda a necessidade de cada usuário. E se a nossa conexão com a internet cai? Por parte de seu provedor de nuvem essa é uma situação bastante remota, pois como este é o core business deles, há uma grande preocupação com redundâncias para o acesso. Quando tratamos da conexão de sua organização, uma boa prática de mercado é também ter internet redundante para ajudar a garantir operações sem interrupções, mesmo quando seu acesso primário não estiver funcionando. 4. Licenciamento de ERP na nuvemExistem as mais diversas ofertas de licenciamento de sistemas ERP na nuvem. Para se ter uma idéia, é possível contratar tudo – licenças de uso do ERP, sistema operacional, servidor / hardware, opções de largura de banda, manutenção, etc. – e é possível contratar apenas uma das opções citadas acima. Diante desse cenário, os CIOs precisam tomar alguns cuidados antes de dar andamento em tal mudança e abaixo citamos algumas recomendações, a saber: Identifique que opções de licenciamento são oferecidas por cada fornecedor Crie uma documentação consistente das opções de licenciamento oferecidas por cada fornecedor que você está verificando. Com base na lista, identifique os fornecedores que são de seu interesse e que tem exatamente a mesma opção de licenciamento. Caso um dos fornecedores de seu interesse não ofereça determinada opção, verifique se ele pode se adequar à sua necessidade. Identifique claramente o que está incluso no preço Existem opções de assinaturas de serviços com valores mensais, trimestrais, semestrais, anuais e tantas outras quanto o fornecedor tiver criatividade para criar. Para não cair numa armadilha, todo CIO deve identificar claramente as coberturas previstas nos valores que passará a pagar, evitando com isso surpresas após a mudança. Normalmente estão incluídas as atualizações de release/versão (tanto aplicativos como serviços decorrentes da atualização), suporte de 1º nível e atualizações legais e de conformidade. É preciso deixar claro se atualizações no ambiente (atualizações de sistemas operacionais), backup e recovery, necessidade de mais licenças/usuários, expansão e crescimento do ambiente (harware, software e link – conectividade), dentre outras tantas necessidades de seu negócio também estão inclusas nos valores e se não estão cobertas, quais os custos adicionais envolvidos. Identifique as modalidades de cancelamento dos serviços Conheça de forma clara, as opções de cancelamento, bem como períodos de carência envolvidos no cancelamento de seu contrato, pois em uma eventual mudança futura de cenário, deixar o fornecedor pode ser algo traumático, com carências extensas e onerosas. Sempre que possível negocie com seu fornecedor no momento da contratação do ERP na nuvem opção de cancelamento que não envolva carências e/ou multas, para facilitar a saída, caso o serviço prestado não atenda sua organização. Um estudo global realizado pela Coleman Parkes Research em Fevereiro/2012 contou com 550 executivos de empresas grandes e médias e indicou que até 2020 a expectativa dos principais executivos de negócios e tecnologia é que os modelos de fornecimento baseados cresçam absurdamente. O estudo mostrou, também, que as empresas investirão de 500 mil dólares a 1 milhão de dólares por ano em cloud computing de 2012 a 2020. É preciso, contudo, como apontado nas lições apresentadas neste artigo, que mudar ERP para nuvem não seja um modismo, mas que seja tratada pelo CIOs com muita seriedade para obter os benefícios dessa nova tecnologia. *** Artigo de Samuel Gonsales
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Adotar cloud computing não é mais questão de se vamos ou não, mas sim de quando e com qual intensidade e velocidade. Esse ritmo vai depender, entre outros fatores, do grau de maturidade da empresa e de sua área de TI, sua estratégia de posicionamento no mercado, seu grau de aderência a inovações e, é claro, também de aspectos externos como disponibilidade e capacidade da infraestrutura de comunicações que atendem à empresa. A área de TI deve liderar esse processo e, portanto, analisar os riscos envolvidos é de sua responsabilidade. O sucesso ou fracasso da adoção de cloud depende de quão bem for desenhada e executada sua estratégia. Há poucos anos, cloud era curiosidade e, portanto, é natural que os próprios provedores de cloud estejam ainda em diversos graus de evolução e maturidade. Como a palavra cloud tornou-se um hype, todo e qualquer provedor de serviços começou a se mostrar ao mercado como fornecedor ou expert em ofertas de cloud. Assi,m provedores de hosting e colocation de um dia para o outro tornaram-se provedores de cloud, apenas mudando a propaganda de suas ofertas. O cloud ofertado por eles ainda é hosting ou colocation. Empresas de software on-premise tornaram-se provedoras de soluções SaaS simplesmente criando instâncias do seu aplicativo em um data center externo. É o velho ASP (lembram?) travestido de SaaS. Portanto, embora cloud seja uma tendência inevitável, o caminho até ele pode ser meio pedregoso… Como TI deve agir? Desenhar uma estratégia de cloud é fundamental. Isso implica em definir que aplicações irão para a nuvem, sua sequência de migração, e se essas nuvens serão privadas ou públicas, ou mesmo se ambas as soluções conviverão interoperando. A estratégia deve definir por onde começar. Pelas aplicações de menor importância? Ou pelas que são mais independentes e não demandam interoperabilidade com outras? Ou pelas aplicações sazonais? Enfim, cada organização vai definir sua própria estratégia. Por exemplo, um ERP tem por característica demandar muita interconexão com diversos outros aplicativos. Levá-lo para a nuvem significa que essas interconexões terão que funcionar a contento. E onde estarão essas aplicações? Na mesma nuvem do ERP ou em outras nuvens? Ou continuarão on-premise? Um fator importante e muitas vezes pouco lembrado é que a maioria das vezes olhamos os baixíssimos custos de processamento ofertados pelos provedores de cloud, mas os custos de conexão (comunicações) podem ser altos se o volume de dados trafegados para manter a interoperabilidade entre as diversas aplicações em nuvens e on-premise for muito elevado. Esse é um cenário que a maioria das médias e grandes empresas vai ter que suportar por muito tempo. Será muito difícil migrar para cloud computing no modelo de Big Bang. É um processo gradual e, portanto, a convivência desse ambiente complexo e interoperável deve ser considerada na estratégia de migração. Migrar para uma cloud pública não significa abdicar da governança de TI. Esta, pelo contrário, torna-se mais importante. A área de TI deixa de se preocupar com questões como instalação de novo release de sistema operacional, mas deve manter controle do nível de serviço praticado pelo provedor de cloud. Os papéis e as responsabilidades existentes hoje em TI devem ser redesenhados para serem distribuídos e compartilhados entre a TI e o provedor. A escolha do provedor é outra variável importante. Qual o grau de maturidade dele? Qual o nível de capacitação que ele dispõe? Qual o nível de segurança, disponibilidade e privacidade que ele garante? Um aspecto interessante: qual o seu DNA? Corporativo ou voltado a usuário final? Dificilmente uma empresa nascida e criada pela ótica B2C consegue se transformar em uma bem sucedida B2B. A estratégia de cloud deve envolver outras áreas além da TI. Risk Management, auditoria e o jurídico são alguns exemplos. Questões como soberania dos dados, garantia de aderência às regulamentações do setor onde a empresa atua, as questões de trilha de auditoria, aspectos relativos à migração de dados e aplicativos em caso de troca de provedor de nuvem estão entre os fatores em que a TI vai precisar de muito apoio. Existem também questões legais referentes ao uso das atuais licenças de software on-premise em nuvens externas. O próprio contrato com o provedor demanda variáveis que no modelo on-premise não precisam ser considerados. Um exemplo: se você encerrar o contrato com um provedor de nuvem, os seus dados continuarão armazenados nele. Que condições e tecnologias ele oferece para que você os migre para outro provedor? Ou então o provedor muda, sem aviso, seus dados de um data center localizado em seu país para outro país, gerando um questionamento regulatório. Enfim, são variáveis que a área de TI não tem expertise suficiente para agir de forma autônoma. O processo de migração é um elemento de grande importância. Como serão tratadas eventuais falhas na operação? De quem será a responsabilidade? Qual o papel do provedor e da sua área de TI em cada aspecto da migração? Um aspecto importante e que deve ser analisado com cuidado é que, para aproveitar a potencialidade de determinadas nuvens publicas, você vai ser obrigado a utilizar tecnologias e APIs específicas, o que pode criar um lock-in e atrasar substancialmente uma eventual mudança de provedor. Alguns provedores de nuvem mantêm sob segredo sua tecnologia e o acesso ao seus data centers. Isso pode criar complicações em caso de necessidade de investigação forense e auditorias. Cloud computing não é magia. Você, adotando uma nuvem pública, está transferindo seu hardware para software. Você passa a ver apenas servidores virtuais. Mas esses servidores virtuais precisam dos data centers do provedor da nuvem. O seu limite é o limite do provedor. Geralmente, esse limite é infinitamente maior que o que a maioria das empresas dispõe em seu data center, mas, mesmo assim, alguns cuidados devem ser tomados. Não esqueça que um provedor de nuvem, para ser lucrativo, precisa compartilhar ao máximo os seus recursos físicos entre seus clientes. Eventualmente, poderão aparecer gargalos decorrentes desse compartilhamento, como interferências das aplicações de outros clientes que coabitem os mesmos servidores físicos que compõem os seus servidores virtuais ou no compartilhamento do storage e redes locais que ligam essas máquinas. E o sempre presente gargalo, aqui no Brasil, das limitações das nossas bandas largas. Portanto, a área de TI tem um papel de extrema importância no desenho da estratégia de cloud. Deve conduzir o processo, e não ser conduzido por ele. Caso contrário, quando os problemas aparecerem, e sempre aparecem, vai ser obrigado a correr atrás do prejuízo. Assim, nada mais adequado que liderar o processo, criando políticas e práticas de adoção e uso de computação em nuvem. *** Artigo de Cezar Taurion
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Estamos vivenciando o início de uma profunda transformação no
modelo computacional e no papel de TI, mas isto muitas vezes não fica
claro para nós. A razão é simples: estamos em um período que podemos
chamar da transição do momento pré-cloud para o pós-cloud. Mas se
observarmos os sinais de mudanças, vemos que agora é um momento em que
começamos a ver o modelo de cloud computing se disseminando e a área de
TI começando a assumir novos papéis dentro da organização.
Toda mudança causa estranheza no início, principalmente quando o
paradigma é quebrado. Compara-se as mudanças com os modelos que estamos
acostumados e muitas vezes não percebemos que no período de transição,
como vivenciamos hoje, o paradigma ainda não está completamente
definido. A transição, como o nome diz, é transitória, ou seja, não é o
modelo que vai perdurar no futuro. É passageira.
Para ficar mais claro as diferenças entre os modelos pré e pós-cloud,
vamos analisar o momento atual. Este momento vamos denominar como
periodo pré-cloud e é basicamente fundamentado na arquitetura
cliente-servidor, com uso muito limitado (quase embrionário) de cloud
computing. É um momento de evangelização do mercado. Na maioria das
empresas, a área de TI é responsavel pelos custos e controle dos
recursos computacionais. É um centro de custos. Sua função primordial é
suportar as operações do negócio, padronizando as tecnologias e
determinando quais que podem ou não entrar nas empresas. É um modelo que
tanto os fornecedores, quanto os compradores de tecnologia se
acostumaram e baseados nele criaram todo um ecossistema. As empresas
planejam desenvolver ou contratar novas aplicações, adquirem tecnologia
(hardware e software) e aguardam um determinado período de tempo (às
vezes semanas e meses) até que as máquinas físicas sejam instaladas e o
software disponilizado para uso.
O período de transição já nos mostra algumas mudanças. Começamos a
ver o cloud computing cada vez mais disseminado, mas devido aos
questionamentos e interesses dos dois lados (vendedores e compradores),
busca-se um modelo que não faça transformações radicais. Notamos
claramente a adoção do que chamamos de nuvens híbridas, com parte da
demanda computacional das empresas sendo atendidas pelo modelo de nuvem
(de IaaS a SaaS) e parte ainda no modelo on-premise. Ou seja, vemos
algumas soluções indo para a computação em nuvem ao mesmo tempo que
vemos em paralelo novas aquisições de hardware e licenças de software.
Mas a área de TI começa a se desgarrar do paradigma de controlar os
recursos computacionais, passando muitos deles para provedores de nuvem
externos. A consumerização de TI é um impulsionador para acelerar o
deslocamento do eixo da adoção de tecnologias na empresa da TI para os
usuários. Começamos a ver TI focar-se mais na padronização dos serviços
do que nas tecnologias. Ou seja, em vez da preocupação em definir
padrões de tecnologia, a TI começa a buscar padrões de serviços em
nuvem. É um periodo desafiador, pois os principais provedores de nuvem
tentam impor seus próprios padrões como padrões de fato do mercado. A TI
deve buscar concentrar esforços em adotar provedores que se baseiem em
padrões abertos, pois o momento atual é de transição e a visão
estratégica terá que olhar o longo prazo.
Provavelmente, no fim desta década ou início da próxima estaremos
vivenciando o período pós-cloud ou seja, o momento em que não terá mais
sentido falar em cloud computing e sim apenas em computing, pois este
será o paradigma computacional dominante. Claro que quando falamos em
modelo dominante não estamos falando que 100% do cenário computacional
estará em cloud. Sempre haverá demandas e especificidades que exijam a
preservação do modelo atual em determinadas situações.
Mas quando estivermos neste modelo, qual será o papel da TI? A
maioria dos serviços estará em nuvens públicas e em empresas de maior
porte, com uma parte também em nuvens privadas. Uma diferença é que o
aparato tecnológico, como servidores e middleware serão commodities. A
TI vai criar diferença se deixar de ser suporte do negócio para ser
parte integrante. É o momento em que falar da sigla CIO como Chief
Information Officer será tão revelador da obsolescência quanto o título
de gerente de CPD. Deveremos falar em funções como Chief Innovation
Officer ou Chief Digital Officer.
O período pós-cloud é o modelo “TI is the Business”, ou seja, não
terá mais significado debater se TI está ou não alinhado com o negócio.
TI será o negócio. As discussões e decisões corporativas vão incluir
tecnologias desde o inicio, pois esta estará cada vez mais invisível e
ubiqua. A Tecnologia estará tão integrada às discussões como o dinheiro
para investimento. Praticamente todo e qualquer produto ou serviço, seja
aos clientes ou de uso interno, terá TI embutida. Lembramos que não
estamos falando apenas da TI como a vemos hoje, responsavel basicamente
pelos ERPs e bancos de dados, mas a nova TI deverá incluir toda
tecnologia embutida na organização, inclusive a operacional, que está
embutida em objetos, câmeras, sensores, etc.
A TI passará a ser vista como geradora de receita e não como centro
de custo. Para isso acontecer, alguns níveis de amadurecimento deverão
ocorrer. Primeiro é indicutível que esta nova TI tenha a excelência
operacional como padrão mínimo. E para conseguir isso, a computação em
nuvem é fundamental. O processo de automatização que a computação em
nuvem embute é essencial para alcançar esta excelência operacional. Não
terá sentido nenhum a área de TI gastar horas ou dias de recursos
humanos para fazer upgrades de software ou exercer tarefas que não
agregam valor para o negócio. Muito menos fazer as áreas de negócio
esperarem semanas por um novo recurso computacional como um servidor…
Outro nível de amadurecimento será a mudança no perfil profissional
dos gestores e profissionais de TI. Quanto maior o uso de provedores de
nuvem, menor a necessidade de administradores de sistema in-house. Estes
estarão concentrados nos provedores. Quanto maior a utilização de PaaS,
menor a demanda por desenvolvedores dentro de casa, pois grande parte
desta tarefa poderá ser feita externamente. Mas conhecer em profundidade
o negócio e alavancar novos produtos e serviços com tecnologias e
processos inovadores fará toda a diferença. Esta deverá ser a postura e o
perfil do profissional de TI: conhecer e aplicar de forma pró-ativa e
inovadora as tecnologias que farão diferença para o negócio.
A linguagem de TI também deverá mudar. Reduzir custos e gerenciar
ativos de TI passam a ser função de provedores. Não será uma tarefa
nobre para o novo perfil da TI. Mas entender do negócio e discutir como
reduzir fraudes em sistemas de seguro e bancários, diminuir o churn rate
de uma empresa de telecomunicações, reduzir as ocorrências de
“out-of-stock” do varejo e assim por diante, é que deverão ser as
conversas de corredor da TI e não se o sistema operacional é Linux ou
outro qualquer.
Este não é um processo que vai acontecer de uma dia para outro.
Passaremos, aliás, estamos passando por um período de transição e as
empresas e os CIOs deverão ter uma estratégia para transformar suas TI’s
em um centro de resultados. Ficar parado esperando a mudnça é que não
tem sentido. Elas acontecerão, queiramos ou não. *** Artigo de Cezar Taurion
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A
coisa mais simples e óbvia de ver para o novo ano é que as tecnologias
para nuvem, leves e móveis continuarão a exercer um papel cada vez mais
importante na TI corporativa. Essa afirmação ganha força quando se vê
que não há uma vontade para projetos imensos que fazem as organizações
crescerem para os lados e não para frente. E a oportunidade de reduzir
esses custos pode não ser o principal motivador. Se a empresa quiser
inovar, é preciso selecionar um projeto razoável e factível que pode ser
bem executado e com rapidez. Prevejo que são essas as tecnologias que
resolverão os problemas de prazo mais do que quaisquer outras.
Quando você começa a olhar para tudo em termos de prazo em vez de
dinheiro, o panorama e as soluções começam a mudar. Por exemplo,
projetos middleware frequentemente são associados com mudança em escala.
Pensar sobre a mudança do mainframe e cliente/servidor para a web.
Pensar sobre a mudança das aplicações web para a arquitetura orientada a
serviços (SOA na sigla em inglês). Tudo tem sido “grande” há muito
tempo. Grande significa caro. Grande significa moroso. Se a empresa
quiser vencer o jogo, é preciso pensar no que é mais barato e mais
rápido, por exemplo, pagar por aplicação ou por quantos recursos ela
consome, ou mesmo pagar pelo número de conexões em seu barramento
corporativo de serviços (ESB na sigla em inglês). Com exceção da nuvem
pública, sabe-se que não é assim que ocorre nas empresas. Acredito que
há uma oportunidade única e certamente interessante para tecnologias
middleware, diferente do jeito que fazemos atualmente.
Dois fatores poderão impulsionar do ponto de vista das
funcionalidades: computação em nuvem e desenvolvimento leve. Com seu
modelo de entrega viável e acessível, a nuvem permitirá que o middleware
seja adotado em lugares em que nunca fora antes, incluindo
potencialmente até o espaço das PME. Tenho visto o entusiasmo crescendo
em torno da nuvem nos últimos anos, e isso agora está se traduzindo em
ação. O que mostra o middleware por toda parte e, para as massas, pode
se tornar uma realidade, desde que grandes e morosas barreiras comecem a
encolher.
A mudança para frameworks e contêineres leves não é nova em si, mas o
desenvolvimento leve precisa de uma arquitetura robusta. Agora, esses
projetos precisam se conectar com alguns back ends ou SOAs. É necessário
ter equilíbrio para dar às pessoas que mais se importam com riscos a
confiança de que funcionará. Acredito que a Red Hat virou uma página
importante com o JBoss Enterprise Application Platform 6 neste ano, e o desejo da empresa é continuar progredindo ainda mais no próximo.
Por fim, uma área que já está no mainstream é a computação móvel. Mas
é provável que se acelere o ritmo de adoção ainda mais nas corporações.
As organizações que fazem negócios com os consumidores – por exemplo,
empresas dos segmentos de saúde e bancos de varejo – estão buscando
aprimorar significativamente a experiência móvel para seus clientes. Ser
capaz de fornecer serviços através de um telefone, tablet ou
dispositivo embarcado é, na minha opinião, incrivelmente importante hoje
e talvez mesmo o fator mais importante em nosso mercado.
Contudo, não se trata apenas do lado do consumidor. O chamado
movimento Bring Your Own Device (BYOD) espelha essa tendência a partir
de uma perspectiva corporativa. Essas mudanças podem levar a mais opções
de escolha, e as aplicações para celulares e tablets também poderão
exercer uma grande influência na maneira como a TI leva as tecnologias
para o trabalhador do conhecimento. Como a tecnologia móvel se encaixa
na nuvem e no desenvolvimento leve? Bem, os usuários finais são aqueles
que estão exigindo que as linhas de negócio (LOBs) mudem rapidamente. A
tecnologia móvel é a que, em última análise, poderá reunir tudo e ser
pivô para o middleware caminhar para a frente desde que viabilize a
nuvem e o desenvolvimento leve.
Espero que algumas dessas reflexões ecoem com o que você tem visto ou
ouvido. A nuvem, tecnologias móveis e leves continuam a exercer um
papel na construção do panorama do TI corporativo, mas em novas e
empolgantes maneiras. Essas tecnologias se tornaram ferramentas – os
meios para novos fins – e não creio que estamos sequer próximos de ver a
total extensão de seu impacto no mundo. À medida que essas tecnologias
amadurecem, novas portas se abrirão e se criarão novas visões, e é isso o
que faz de agora um momento empolgante para fazer parte da ação na Red
Hat. Artigo de Jason Andersen
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Nos últimos anos venho me envolvendo em discussões de estratégias
tecnológicas com empresas de software, conhecidas pela sigla ISV
(Independent Software Vendor). O Brasil já tem uma indústria de
software e tecnologia da informação bem consolidada, com aproximadamente
73 mil empresas que faturaram US$ 37 bilhões no ano de 2011. É,
portanto, uma indústria significativa em termos do PIB brasileiro. O
governo já reconhece esta importância e vem criando incentivos como o
projeto TI Maior. Entretanto, é um mercado altamente competitivo e
intensamente afetado pelas rápidas inovações tecnológicas. Este tem
sido o ponto focal das conversas com os empresários do setor de
software: onde investir em termos de tecnologia?
É indiscutível que, para os ISVs, as tecnologias que envolvem cloud
computing, mobilidade e business analytics/Big Data são prioritárias e
têm um efeito significativo, podendo inclusive ser transformadores de
modelos de negócios já estabelecidos. Aliás, estas tecnologias não devem
ser vistas de forma isolada, mas fazendo parte de um contexto único,
que realmente faça nexo.
Mas, para facilitar nossa conversa, vamos analisar cada uma destas
três tendências. Neste primeiro artigo vou abordar cloud computing e nos
dois seguintes analisaremos mobilidade e business analytics.
Cloud computing já é uma realidade. Uma pesquisa feita nos EUA
mostrou que 83% das empresas de software criadas naquele país nos
últimos dois anos entraram no mercado diretamente via modelo SaaS. As
pesquisas apontam que até 2015, 24% das compras de software – aí olhando
o mundo todo – serão por este modelo. Em termos financeiros, isto
significa que em 2015, provavelmente um em cada cinco dólares gasto na
aquisição de softwares comerciais serão via SaaS. Este é um mercado que
cresce cinco vezes mais rápido que o modelo tradicional, on-premise, de
licenças para uso nos servidores da própria empresa. Nos próximos anos
veremos mais intensamente um declínio das vendas pelo modelo on-premise e
um contínuo e acelerado crescimento do SaaS. Indiscutível, portanto,
que SaaS deve estar no planejamento estratégico de todos os ISVs
existentes. E uma start-up já deve nascer como SaaS.
Mas entrar no modelo de cloud apresenta desafios. O ISV vai construir
seu próprio data center ou usar um provedor externo? Ter seu próprio
data center implica em um investimento significativo em instalações
fisicas e hadware que ofereça um nível de confiabilidade,
disponibilidade e desempenho de alto padrão. Provavelmente, serão poucos
os ISVs brasileiros que terão condições técnicas e financeiras para
bancar este investimento. Geralmente, recomendo que pequenas e médias
empresas de software adotem nuvens de provedores de alta qualidade,
como a Smart Cloud Enterprise, da IBM. Por outro lado, para
implementarem adequadamente o modelo SaaS, os ISV terão que, ao longo do
tempo, redesenharem suas aplicações para explorarem este modelo,
tornando-as multi-tenants, quebrando projetos complexos em componentes
menores que possam ser mais facilmente desenvolvidos e implementados. O
desenvolvimento via processos ágeis se torna fundamental neste
contexto. O modelo SaaS adota evoluções contínuas e incrementais, ao
contrario do atual, que espera longo tempo por atualizações em blocos,
que obriga aos usuários fazerem custosos upgrades de versões. Por outro
lado, um software operado via SaaS permite que o ISV monitore
diretamente o seu uso pelos usuários, permitindo implementar melhorias a
partir deste monitoramento e não baseado apenas em suas intuições ou
mesmo sugestões de alguns poucos clientes.
Outro aspecto interessante é que os produtos SaaS do ISV
provavelmente deverão ser arquitetados como uma plataforma com APIs que
permita aos usuarios expandirem funcionalidades. Por mais que o ISV
adicione funcionalidade, sempre haverá necessidades especificas, que
poderão ser desenvolvidas pelos próprios clientes. Um exemplo são os
ERP, que por mais completo que sejam, não atendem a mais que 40% das
aplicações de uma média empresa e provavelmente a menos de 30% dos dados
que ela precisa para criar vantagens competitivas no mercado. A
mobilidade é um exemplo bem prático. A maior parte das inovações que
virão das apps serão desenvolvidas pelos próprios clientes ou parceiros
de negócio, e não pelo ISV. Por que não facilitar as coisas criando APIs
para incentivar esta inovação?
O mundo da computação em nuvem também abre novas oportunidades de
geração de demanda, permitindo criar técnicas inovadoras de
go-to-market. Um exemplo: test-drives gratuitos. Na minha opinião, a
experiência prática sentida pelo usuário das funcionalidades da
aplicação é muito mais eficiente e convincente que uma apresentação em
powerpoint. Outra mudança signficativa: o ISV passa a ser muito mais uma
empresa de serviços, com sua equipe de vendas interagindo com o cliente
não apenas antes da venda, mas também (e principalmente) depois. No
modelo atual, uma vez instalado o software, eventuais problemas de
desempenho são do cliente. No SaaS é um problema do ISV. Este é um
desafio e tanto, pois mudar uma cultura de venda de produtos para venda
de serviços não é apenas questão de querer, mas implica em repensar
pessoas e processos. É sair da cultura da venda mais focada no
transacional para uma de gerar e manter relacionamentos sustentáveis a
longo prazo.
Entra outra transformação. O modelo SaaS muda o fluxo de caixa do ISV
e os próprios modelos de remuneração dos vendedores. No modelo atual, o
cliente paga um alto valor pela licença de uso e taxas anuais de
manutenção. No SaaS, a receita é gerada no decorrer da manutenção do
contrato, basicamente pelo critério pay-as-you-go ou pagamento pelo uso.
Tem uma clara vantagem: o ciclo de vendas tende a ser menor, pois as
barreiras de entrada para o cliente, os custos de investimento up-front
deixam de existir. Também implica em uma cultura diferente. O processo
de billing passa a ter um papel importante, ao contrário do modelo
anterior, cuja preocupcão era basicamente enviar a fatura da venda da
licença. Como analogia, imaginem um ISV atuando como uma operadora de
telefonia móvel, preocupado em oferecer continuamente serviços de
qualidade, billing corretos e evitando o chamado churn rate.
A mudança para SaaS também implica em uma análise dos atuais
contratos. Quando propor que o cliente mude de on-premise para SaaS?
Aguardar que ele se manifeste ou ser pró-ativo? E em caso de mudança,
não esquecer que os contratos serão bem diferentes dos atuais…
Em muitas das conversas com ISVs, identificamos outros benefícios na
adoção do modelo SaaS, como entrada em novos mercados, antes dificultado
pela necessidade de investimentos up-front e a possível diminuição da
diferença entre grandes e pequenos ISVs – uma vez que um aplicativo de
qualidade oferecido por um pequeno ISV em uma nuvem de alta
confiabilidade, como a da IBM, pode ser tão eficiente quanto a de um ISV
de maior porte. Além disso, a dispensa do suporte on-site para
instalação diminui os custos operacionais dos ISVs, permitindo que eles
se concentrem em ajudar os seus clientes a explorar melhor o seu
aplicativo em termos de negócios. Menos tecnologia e mais negócios.
No próximo post vamos abordar o efeito da mobilidade nos negócios dos ISVs. *** Artigo de Cezar Taurion
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Nos últimos meses, o assunto BYOD (Bring Your Own Device) tem
sido bastante debatido. Eu, pessoalmente, me envolvi em várias palestras
e reuniões com clientes para debater o tema. Mas observo muitas vezes
que a amplitude do impacto do modelo de consumerização e a consequente
transformação do paradigma de PC (Personal Computer) para Personal Cloud
não tem sido adequadamente percebido. Temos que olhar além do BYOD.
Devemos começar a visualizar o conceito de BYOC, ou Bring Your Own
Cloud.
Sair do conceito de My Documents para My Cloud tem implicações
bastante significativas na maneira de se pensar e usar a computação. A
nuvem pessoal vai transformar (aliás, já está transformando) a nossa
experiência digital. Uma nuvem pessoal é uma combinação de serviços e
aplicações nos quais os usuarios armazenam, sincronizam e compartilham
conteúdo, independentemente de plataforma, tamanho de tela e
localização. É muito mais abrangente que a simples substituição do disco
rígido do PC por armazenamento em uma nuvem. Uma personal cloud passa a
ser o hub digital para as pessoas, onde estarão penduradas a ela(s)
todos os seus dispositivos e conteúdos. Na minha opinião, permite criar a
visão da computação ubíqua.
Uma consequencia direta será o decréscimo da importância individual
dos dispositivos em troca da crescente significância do ecossistema,
cujo centro de gravidade será a nuvem. Daí as guerras pelo domínio do
ecossistema e da nuvem, onde iCloud e os dispositivos Apple ficam de um
lado e os sistemas baseados em Android e Google Drive de outro. Em
terceiro lugar, bem atrás no grid de largada, vem a Microsoft com seu
ecossistema baseado em Windows.
Com a crescente adoção das nuvens pessoais, acredito que nos próximos
anos veremos eclipsar o modelo atual, e mantemos nossos conteúdos em
nossos PCs pessoais, modelo que provavelmente será mantido apenas em
casos muito específicos. Já vemos muita coisa acontecendo com serviços
como DropBox, iCloud e dezenas de outros, conquistando milhões de
usuários. À medida que esses serviços forem gerando confiança, sua curva
de adoção tenderá a se acelerar.
Por outro lado, abre-se todo um novo campo para a criação de
aplicativos inovadores, basseados no conceito de nuvem pessoal e do seu
implicito sincronismo com qualquer dispositivo de acesso, seja ele um
smartphone, um tablet, um laptop ou uma TV.
O grande desafio será adotar o conceito My Cloud nas empresas… É cada
vez mais difícil separar nossa vida pessoal da profissional e, como a
nuvem pessoal passa a ser nosso hub de conteudo, como ignorar essa
tendência dentro das corporações? Uma coisa é armazenarmos em um DropBox
nossas fotos, músicas e vídeos das nossas férias, que pertencem a nós e
a decisão e o eventual risco é nosso. Outra é armazenar nessas nuvens
conteúdo que pertence às empresas para as quais trabalhamos.
Como é impossível segurar o tsunami que já está vindo, as empresas
devem criar políticas de uso das nuvens pessoais, criando mecanismos que
separem conteúdo profissional do pessoal e no caso de conteúdo
profissional garantam que estejam criptografados. Também é possível
criar políticas paliativas que impeçam, pelo menos por enquanto, o uso
de nuvens como iCloud e DropBox para armazenar informações corporativas.
Vale a pena ler este artigo,
que mostra por que a IBM proibiu o uso do DropBox dentro de sua
política de BYOD. Mas, por outro lado, é importante criar alternativas. A
IBM criou um similar a um DropBox interno chamado de MyMobileHube.
Sabemos que dizer não ao movimento de consumerização é absolutamente
inútil. Consumerização vai ganhar sempre. Portanto, a área de TI deve
desenhar estratégias de convivência que permitam, ao mesmo tempo,
oferecer dentro das empresas experiências similares à que os
funcionários têm em casa, mas que garantam um nível de segurança
adequado aos seus requisitos de compliance e auditoria corporativos.
Não é uma tarefa simples, mesmo porque muda o paradigma de domínio e o
controle ao qual a TI está acostumada. Além disso, há uma profusão de
dispositivos chegando a cada mês. O ritmo de inovações é muito
acelerado. Portanto, a política deve ser pragmática, definindo critérios
de aceitação de dispositivos e nuvens pessoais, não ficando presa a
produtos ou a modelos de dispositivos específicos. Manter a política sob
constante atualização e validação. Envolver as áreas jurídicas e de RH
no processo, até mesmo porque em determinadas situações as informações
corporativas que estão em nuvens pessoais podem estar em território
estrangeiro, o que iria contra algumas normas regulatórias de
determinados setores do negócio.
No final, é importante ter em mente que, mal entendemos e absorvemos o
conceito de BYOD, já estamos às voltas como o BYOC. E depois dizem que
ser gestor de TI não é um dos trabalhos mais estressantes que existem… *** Artigo de Cezar Taurion
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Conversa típica de happy hour de profissionais de TI: tecnologia.
Mais precisamente, cloud computing. Um debate interessante que apareceu
em um desses eventos foi a questão das diferenças entre a arquitetura
cliente-servidor e o ambiente de cloud. Bem, vivenciei a mudança do
modelo centralizado para o cliente-servidor e agora vivencio a mudança
para o paradigma de cloud computing. E acho que podemos batizar essa
nova arquitetura de client-cloud.
O modelo cliente-servidor substituiu como força dominante o ambiente
centralizado, no qual havia um mainframe ligado a terminais 3270 de
fósforo verde… alguns ainda lembram. Os terminais, não chamavamos na
época de equipamentos clientes, não tinham inteligência nenhuma.
Simplesmente eram tela e teclado. O modelo cliente-servidor apareceu com
a chegada dos PCs e sua imensa (para época) capacidade computacional.
Com interfaces gráficas e sua maior usabilidade, disseminou-se
rapidamente, e o modelo cliente-servidor tornou-se o modelo dominante.
Aliás, hoje, é o nosso modelo mental de arquitetura de sistemas
corporativos. Para recordar, acessem a Wikipedia.
Depois do frenesi do então chamado downsizing, caimos na real e
descobrimos que o modelo distribuído cliente-servidor, apesar de sua
usabilidade, gerava custos de propriedade bastante altos. Com a
proliferação de servidores, a complexidade de gerenciamento do ambiente
tornou-se imensa e altamente custosa. Inumeras análises mostram que a
média de utilização dos servidores é muito baixa, gravitando em torno
dos 5% a 10%. E, pela dificuldade de gerenciamento, quanto mais
capacidade computacional precisamos, mais servidores instalamos, mesmo
com essa baixissima média de utilização. É uma conta que não fecha.
Ao mesmo tempo, começamos a usar equipamentos móveis altamente
sofisticados. Um smartphone é um computador que carregamos no bolso, e o
telefone é apenas um dos seus diversos periféricos e talvez um dos
menos usados. Sua capacidade computacional é muitas vezes maior que a
dos PCs da época da transição para o cliente-servidor. E, com o processo
de BYOD (Bring Your Own Device), o custo de aquisição dos equipamentos
começa a sair das mãos das empresas para a dos próprios usuários.
O que estamos buscando? Um gerenciamento melhor que o modelo atual
cliente-servidor e mantendo ao mesmo tempo a flexibilidade e a
usabilidade das plataformas cliente. Ora, se substituirmos os servidores
por um data center, ou melhor, por diversos data centers interligados e
vistos como uma única entidade, uma nuvem, temos o modelo cliente-nuvem
ou client-cloud.
O modelo de computação em nuvem torna o ambiente do data center, no
qual ficam os servidores, muito mais eficiente, pelo uso de tecnologias
de virtualização e automação. O modelo leva naturalmente a um maior
compartilhamento, o que eleva consideravelmente a média de utilização
dessas máquinas. Além disso, pagamos apenas pela capacidade realmente
utilizada. Não precisamos manter um parque computacional subutilizado,
esperando aqueles momentos de pico de utilização. Passa-se do modelo
financeiro capex (capital expenses) para opex (operating expenses). Um
atrativo e tanto para os CFOs. Como no modelo cliente-servidor, o modelo
client-cloud tem equipamentos cliente poderosos, processando bastante
código e regras de negócio. Também mantém a camada de interface com o
usuário, que aliás é muito mais intuitivo que o teclado-mouse anterior.
Assim, a conversa acabou chegando a um denominador comum. O modelo
dominante para os próximos anos, pelos atrativos oferecidos, é o de
cloud computing. Aliás, vamos deixar de falar em cloud computing para
falarmos apenas em computing. Cloud será nosso modelo mental de pensar
computação. E a arquitetura dominante será client-cloud, com os usuários
utilizando o modelo rich client (mesmo HTML5 é rich client) com
interfaces intuitivas, explorando a potencialidade dos equipamentos
móveis (geolocalização, acelerômetros, câmeras etc.) e novas tecnologias
de interação como reconhecimento e controle por gestos (Kinect) e
“natural-language question answering” exemplificados pelo Watson da IBM e
o Siri da Apple.
O processamento será, portanto, distribuído em parte na camada
cliente (rich client) para exploração de interfaces sofisticados e na
camada cloud, na qual estarão os imensos volumes de dados (Big Data) e
as capacidades computacionais quase infinitas em escalabilidade e
elasticidade. Uma vantagem desse modelo é que as aplicações cliente
tenderão a ser gerenciadas pela própria nuvem em appstores ou lojas de
aplicativos e os dados serão compartilhados por quaisquer dispositivos.
Resultado do happy hour: os arquitetos de software presentes saíram de lá com criativas ideias para seus novos aplicativos. *** Artigo de Cezar Taurion
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A tecnologia sempre exerceu um papel fundamental nas mudanças do cenário de negócios. Da Idade da Pedra à Revolução Industrial.
Recentemente, observei que as mudanças tecnológicas geralmente sucedem
as recessões econômicas. A razão é simples: recessões demandam maiores
patamares de eficiência e agilidade que a tecnologia na qual ela
aconteceu consegue oferecer. Por exemplo, a recessão mundial dos anos
80 foi seguida pela disseminação da computação pessoal. O numero de PCs
instalados no mundo passou de um milhão, em 1980, para mais de 100
milhões no fim da década. Sugiro a leitura do paper “40 anos de IT”,
feito pelo IDC, em 2004. Muito emblematico que o IDC defina o início da
TI como a conhecemos com o surgimento do mainframe IBM /360, em 1964.
Bem, seguindo nosso roteiro, a recessão mundial do início dos anos
1990 levou à arquitetura cliente-servidor e à web. Hoje, estamos
novamente vivendo crises econômicas sérias, com a Europa patinando e
seus efeitos globais se alastrando pelo mundo. E temos no horizonte o
modelo cloud computing. A computação em nuvem oferece inumeras vantagens
em facilidade de uso, eficiencia no uso dos recursos e agilidade que o
atual modelo computacional, sobre o qual a crise aconteceu, não poderá
alcançar.
Mas a computação em nuvem tem que ser encarada como uma mudança na
maneira de se olhar e usar TI e não como simples otimização da
infraestrutura tecnológica. Assim como o PC mudou nossos hábitos e o
acesso à web transformou a sociedade, o impacto da computação em nuvem
deve ser vista com o olhar estratégico e não apenas tático, de curto
prazo.
Nas empresas, cloud deve ser encarado como uma decisão estratégica,
onde os executivos de alto nível e o CIO devem se engajar de forma
colaborativa. Por exemplo, cloud pode transformar por completo um setor
de indústria (cloud já está transfomando setores como mídia, livros e
música) e criar novos modelos de negócio, discussões que estão no nivel
do CEO. O impacto comercial da empresa em poder lançar um produto
inovador em muito menos tempo, ou mesmo criar um novo negócio, sem
precisar recorrer ao atual paradigma de aquisição, instalação e operação
de um ativo tecnológico. O CIO deve liderar o processo de adoção de
cloud, desenhando e assumindo a responsabilidade pelo road map de sua
implementação. O CFO também tem papel importante, pois contribuirá em
muito para criar o business case do novo modelo.
Um ambiente de negócios que será muito afetado são as pequenas e
médias empresas. A imensa maioria destas empresas tem dificuldade em
lidar com novas tecnologias, carece de budget e expertise e não consegue
usufruir de recursos tecnológicos, que, sob o modelo atual, exigem alto
investimento – ficam, assim, restritos às grandes corporações. Mas, por
exemplo, a possibilidade de uma empresa operar um serviço de análise de
dados que envolva um bilhão de acessos, coletados durante vários anos,
para gerar um maior conhecimento dos hábitos dos seus clientes, operando
tudo isso por algumas horas, em uma nuvem pública, ao custo de alguns
milhares de reais, sem necessidade de comprar maquinas, é uma quebra de
paradigma. Ou seja, é possivel termos big data sem big servers!
Aliás, recomendo a leitura de um paper muito interessante
de casos de uso na Índia, país emergente como o Brasil, onde os dados
mostram ganhos significativos com uso de ERP em nuvem por parte das
pequenas e medias empresas. O uso de cloud abaixa de forma substancial a
barreira de entrada das pequenas e médias empresas no mundo da
computação moderna. Para empresas da economia criativa, cuja matéria
prima é essencialmente digital, cloud é o caminho natural. Uma pesquisa
feita nos EUA mostrou que nos ultimos dois anos, 83% das novas firmas de
software criadas foram diretamente no modelo SaaS.
Cloud traz em seu bojo um novo modelo de TI. Hábitos e modelos de uso
de TI, como conhecemos hoje, serão mudados ao longos dos próximos anos.
A TI, liberada das preocupações com questões operacionais, estará cada
vez mais envolvida com as estratégias e as redefinições do negócio.
Cloud provavelmente nos levará a uma nova rodada de inovações em
processos e modelos de negócio. Com cloud, uma pequena empresa pode
desenvolver e lançar no mercado um novo negócio e escalar seu
empreendimento para milhões de usuários em muito pouco tempo. Este
fenômeno quebra os tradicionais pensamentos de planejamento estratégico,
onde valida-se o cenário atual e não se visualiza disrupções vindas de
lugares inesperados.
Entretanto, a migração para este novo cenário não será feita de um
dia para o outro. Existem ainda algumas barreiras que estão sendo
derrubadas, é verdade, mas que de alguma forma ainda limitam o ritmo de
adoção de cloud computing. Um ponto que quero destacar aqui é a mudança
no modelo arquitetônico das aplicações. A utilização do modelo PaaS como
plataforma para criação de aplicações demanda mudanças na maneira de se
pensar a arquitetura, pois muitas PaaS existentes demandam pressupostos
arquitetônicos próprios. Além disso, muitos serviços SaaS implementam
APIs específicas, que podem ser exploradas pelas aplicações. Aliás, suas
próprias aplicações podem implementar APIs que os seus clientes e
usuários possam explorar para incrementar as funcionalidades que você
provê. Tem um artigo breve, mas que vale a pena ler, chamado “The Rise of APIs – lessons from Cloudstock conference”, que mostra alguns exemplos interessantes.
O uso dos recursos específicos de cloud, como a elasticidade, também
demandam conhecimentos das peculiaridades das nuvens envolvidas.
Explorar plenamente a arquitetuta de cloud é aproveitar a possibilidade
de distribuir a aplicação em componentes que podem ser replicados pela
nuvem, de modo a operarem em paralelo. Também é importante pensar em
desenhar novas aplicações com o modelo multi-tenant em mente.
A questão da interoperabilidade é de extrema importância. Muito
provavelmente uma companhia vai utlizar mais de uma nuvem e mesmo manter
diversas aplicações e bases de dados on-premise, e todas elas devem
interoperar, pois os sistemas geralmente atuam integrados.
Um lembrete importante aqui: cloud vai incrementar a utilização do
modelo SOA (Services Oriented Architecture), que foi muito discutido e
que nos últimos anos caiu um pouco no esquecimento. Um aplicação cloud
não consome infraestrutura de tecnologia, pois esta é mascarada pela
virtualização, mas serviços computacionais. Portanto, cloud é SOA por
excelência.
Outros aspectos fundamentais na migração para cloud é a
essencialidade da rede de telecomunicações. Em nuvens públicas passamos a
depender muito mais de redes externas e, portanto, os provedores de
redes passam a ter papel crítico neste contexto. Monitorar o desempenho e
disponibilidade da rede, implementar modelos de governança de redes e
assinar SLAs com os provedores passa a ser essencial.
Enfim, cloud já está aí. Impossivel não sentir os efeitos na
indústria de TI (novos modelos de precificação e entrega de software
está afetando o modelo econômico da indústria) e nos seus usuários. A
migração para cloud demanda um planejamento adequado, que envolva os
principais executivos da empresa e não apenas a área de TI. Para
empresas de menor porte a migração é facilitada, pois a infraestrutura
de TI é menos complexa e pode ser mudada mais rapidamente. Grandes
corporações terão maior dificuldade e provavelmente conviverão com o
modelo híbrido, onde parte das aplicações rodará em nuvens públicas e
parte em nuvens privadas e mesmo on-premise. Mas, a corrida já foi
iniciada. *** Artigo de Cezar Taurion
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Nos últimos anos, tenho apresentado inúmeras palestras sobre
Cloud Computing, Big Data, Mobilidade e Social Media. Embora muitas
vezes estes temas sejam apresentados de forma independente, eles formam
uma convergência de forças transformadoras que, na minha opinião, irão
mudar de forma radical o atual “way of life” de TI. Os dispositivos
móveis, impulsionados pelo tsunami da consumerização, serão a plataforma
de acesso, onde volumes imensos de dados e processamento serão operados
em nuvem, criando inúmeras e inovadoras formas de conexões entre
pessoas e empresas, gerando o que chamamos de social business.
No ambiente doméstico já vivenciamos isso no nosso cotidiano. Por
exemplo, posso armazenar uma informação, seja esta um texto ou uma foto,
e acessá-la pelo meu smartphone, meu tablet, meu iPod, ou meu laptop.
Onde estão estas informações? Estão em uma nuvem. Este movimento também
vai entrar no ambiente corporativo. As razões são muitas. Uma delas é
que os usuarios domésticos, e principalmente a geração digital que está
entrando no mercado de trabalho, já lidam com a tecnologia com muita
intimidade. Além disso, a imensa complexidade da infraestrutura por trás
de um contexto destes está mascarada para eles. Eles interagem com seus
dispositivos móveis sem terem ideia da complexidade tecnológica que
está na retaguarda. Por outro lado, nas corporações, muito da
complexidade tecnológica está exposta aos seus usuários. Eles devem
interagir com TI para obter novos serviços e serem autorizados a usar
determinada tecnologia. Os interfaces dos sistemas aplicativos são
complexos e pouco intuitivos. Requisitar mais capacidade computacional é
demorado, passa por um lento processo de aprovação e instalação de
novos servidores e softwares.
Claramente que existe uma diferença significativa e palpável entre a
imensa facilidade com que a pessoa interage com a tecnologia em casa e
como ele interage com ela no seu ambiente de trabalho, dentro das
empresas. Este descompasso cria uma pressão muito grande para a
reformulação do atual cenário de TI.
Em casa posso pesquisar rapidamente um livro eletrônico na Amazon e
baixá-lo para meu Kindle. Posso ver filmes atuais via Netflix e pegar
qualquer musica no iTunes, de forma fácil e quase instântanea. Faço isso
sozinho, sem necessidade de recorrer a nenhum suporte técnico. Esperar
horas para ter acesso a quaisquer destes recursos é inimaginavel. Estas
mudanças estão fazendo com que alguns setores caminhem para
obsolescência, mesmo sem perceber. Um exemplo? Eu confio muito mais nas
opiniões dos meus amigos que na opinião dos críticos de cinema quando
escolho um filme. Existirão críticos de cinema no futuro? Decisões
sobre tecnologias são muito mais influenciadas pelas conexões com outros
profissionais via plataformas sociais, como Facebook, Linkedin e
Twitter, do que pela leitura dos sites oficiais das empresas. Qual será o
valor de um site típico de hoje daqui a cinco anos?
Mas nas empresas, o acesso às informações e recursos computacionais
leva muito tempo. Os processos são demorados e muitas vezes
burocráticos. A tecnologia nem sempre é usada para transformar
processos, mas simplesmente automatizá-los. Não criam inovações no dia a
dia dos funcionários e nas relações da empresa com seus clientes.
Portanto, neste verdadeiro turbilhão de transformações as áreas de TI
deve reinventar-se. A convergência aparece em todos os momentos. Por
exemplo, para criarmos um modelo de social business, o acesso via
dispositivos móveis é essencial. A computação móvel vai ter tanto
impacto na sociedade e em seus hábitos quanto o automóvel. A sociedade
atual é baseada em um modelo centrado no automóvel. Com a computação
móvel, o trabalho deixa de ser um local físico, estabelecido, para ser o
local onde você está. As pessoas querem fazer suas conexões a qualquer
momento, exatamente quando precisarem. A rede social também depende de
escala e para suportar esta escala é necessário um ambiente
computacional dinâmico como cloud. E as conexões geram muitas
informações, que, se analisadas e correlacionadas, nos permitem ampliar a
rede e gerar mais conexões: big data.
A computação em nuvem é o elo de ligação entre as outras forças. É a
base em que construiremos um novo modelo de aquisição e entrega de
produtos e serviços de TI. Na verdade, TI tende a ser serviço por
excelência. “TI-as-a-Service” será o modelo dominante, quem sabe, já no
final desta década.
Este cenário apresenta um grande desafio para as áreas de TI. O
processo atual de identificar uma determinada tecnologia, instalá-la e
ensiná-la aos usuários cai por terra diante da consumerização. Esta
permite que os usuários escolham suas próprias tecnologias e aprendam a
usá-las sozinhos ou com ajuda da sua rede social, sem interferência dos
fornecedores. A convergência das forças e, principalmente, a
consumerização estão deslocando o eixo de controle da TI para o usuário.
Em tempo, consumerização é muito mais que BYOD (Bring Your Own Device),
pois sua influência cria uma expectativa de experiências com a
tecnologia que provoca disrupções na maneira como TI deverá ser usada
nas empresas. O BYOD é consequência da consumerização e não um sinônimo.
Portanto, os setores de TI que continuarem sendo rígidos e inflexíveis
diante destas mudanças, correm o risco de se tornarem anacrônicos.
Não há outra alternativa para TI a não ser se transformar. É verdade
que as transformações no setor de TI de uma empresa são tarefas
complexas. Existem inúmeros sistemas legados a serem mantidos e diversas
gerações de tecnologias que interoperam entre si, mas é importante que o
legado fique restrito apenas aos sistemas e não ao mind-set. O que TI
deve fazer? Redesenhar sua arquitetura para contemplar a convergência
das quatro forças que interagem entre si, impulsionando-se
reciprocamente. Os dispositivos móveis são a plataforma de acesso e um
impulsionador para as midias sociais. A informação passa a ser o
contexto para a criação das conexões e o ambiente de cloud computing é a
base computacional para suportar todo este cenário.
TI pode, com esta arquitetura, deixar de ser um centro de custo, para
ser parte integrante do negócio, como a plataforma que a empresa vai
usar para criar novos produtos e negócios. TI passa ser função do
negócio e o CIO deve se transformar em um executivo de negócios que usa
tecnologia como alavancador de inovações, e não se manter como um
tecnocrata. Deve pensar e falar a linguagem do negócio e não em 0s e 1s.
Focar na tecnologia por si é apequenar o potencial da TI. *** Artigo de Cezar Taurion
|
Analisando as empresas brasileiras a partir de 2005, podemos
notar uma grande quebra de paradigma em relação à cultura de propriedade
de equipamentos de tecnologia. Isso quer dizer que houve a quebra da
resistência à opção de alugar em vez de comprar. Com a dificuldade do
crédito, principalmente com a crise de 2007, as corporações foram
obrigadas a enxergar novas possibilidades. Então, notou-se que o modelo
denominado Infrastructure as a Service (IaaS) ou infraestrutura como
serviço encaixava-se muito bem nesse novo cenário, porque, além de
eficiente, é bastante funcional também do ponto de vista financeiro.
Atualmente, cerca de 30 das 500 maiores empresas listadas pela edição
Maiores e Melhores da Revista Exame já trabalham sob o modelo IaaS; em
nível nacional, são mais de 2 mil. Na verdade, estamos vivendo o início
do momento de glória do IaaS e acreditamos que o pico de demanda
ocorrerá nos próximos anos, dado o crescimento econômico do país e os
eventos esportivos que serão aqui sediados.
Independentemente do modo como estão sendo organizados, esses eventos
já estão obrigando o país a se adequar em termos de infraestrutura
física. Vamos precisar de novos aeroportos, estádios, pontes etc., e
essas obras demandam um backoffice muito forte, pois as empresas
prestadoras de serviços precisarão montar rapidamente ambientes de TI
com serviços flexíveis. Nosso cenário econômico de reestruturação está
possibilitando às companhias enxergarem os planejamentos no longo prazo.
Isso está trazendo certo conforto e otimismo para nossa área.
Outro fator favorável em relação ao modelo IaaS é que, com a pressão
para diminuição dos orçamentos de TI, as empresas vêm buscando novas
alternativas para manterem seus ativos funcionais e atualizados dentro
da necessidade de seus core business. Além disso, o modelo elaborado
para a diluição e a diminuição desses custos deve trazer em seu
conceito, principalmente, a previsibilidade de despesas feitas em
hardware, software e peopleware, em um ambiente totalmente gerenciado.
Também vale destacar que a unificação de diversos serviços em apenas um
fornecedor diminui não só os custos com o gerenciamento de diversos
contratos, como também reduz o tempo de solução para os usuários. Todas
essas são vantagens do modelo IaaS.
A integração desse serviço é completa e transparente e vai da compra
no fabricante até a configuração de equipamento em cada usuário. Ou
seja, o controle, a manutenção e a gestão durante toda a sua vigência
ocorrem de uma forma clara. O cliente tem toda essa operação correndo em
seu backoffice e a enxerga de forma estratégica. Então, por essa razão,
ele não se preocupa, por exemplo, com estoque de peças, reposição,
máquina em sua sede e outras espalhadas por suas filiais – tudo isso é
responsabilidade de seu prestador de serviços de IaaS.
Com essa estrutura oferecida, fica mais fácil entender por que é
vantajoso contratar esse tipo de serviço especializado. A partir do
momento em que se tem essa composição de logística, de armazenamento, de
modelo, de volume de compra com os fabricantes, é possível usá-la de
forma compartilhada. Isso quer dizer que não é colocado todo o custo em
apenas uma operação, mas rateada em diversas operações. Por isso, é
indispensável ressaltar que quando o cliente faz um contrato de IaaS não
está comprando somente a possibilidade de usar o hardware e o
gerenciamento dele, mas também o suporte a esse hardware. O que isso
significa? Significa que quando precisar de algum serviço de suporte
técnico, independentemente do problema, o usuário terá apenas que
acionar o fornecedor de IaaS que, na maioria das vezes, poderá resolver
o problema remotamente. Caso isso não aconteça, a máquina será
substituída por outra dentro do SLA estabelecido.
Help desk interno e no IaaS
Qual é a diferença entre o atendimento realizado internamente pelas
companhias e quando contratam IaaS? A diferença é o SLA, um compromisso
com prazos rigidamente estabelecidos em contrato, para atendimento aos
usuários e que, se não cumprido, o prestador estará sujeito a pesadas
multas. No IaaS, dificilmente a empresa não será atendida naquele
período estipulado por contrato. Isso para o usuário é muito importante
porque, normalmente, nas equipes internas, a hierarquia era o que
determinava a prioridade de atendimento.
No modelo de IaaS que desenvolvemos, todo projeto é taylormade –
feito sob medida – ou seja, é hierarquizado no sentido de prioridade.
Por exemplo, o cliente determina que a área de TI tenha um SLA de seis
horas, que o presidente da empresa seja atendido, no máximo, em duas
horas e as demais áreas em 12 horas. Após essa definição, é montado um
planejamento de acordo com a necessidade do cliente, e será precificado
baseado nessas especificações. Outra hierarquização diz respeito à
importância dos equipamentos na rede. Por exemplo, um microcomputador de
um gerente é bem importante, mas não tanto quanto um servidor de alta
disponibilidade ou um ativo de rede que derruba a internet, ou até mesmo
um servidor de e-mail que, se parar, nem o presidente da empresa
consegue ter conexão. Isso tudo fica claramente determinado e delineado
e o fornecedor de IaaS tem que cumprir à risca.
Vamos a um exemplo: digamos que um hospital alugue 200 máquinas, uma
delas deve ficar dentro da sala de cirurgia cardíaca. Ela comanda um
determinado equipamento importante para uma operação; se, de repente,
essa máquina parar por um minuto, pode comprometer a vida de alguém.
Então, nosso papel é desenvolver o modelo para garantir que dentro
daquela sala não tenha apenas uma máquina, e sim, duas. Se porventura
aquela parar, eu tenho contingência. Os projetos de IaaS têm essa
característica de prever contingência durante todo o processo de
negócios, não só na implantação e manutenção.
No modelo tradicional, se uma empresa tem 200 funcionários e apenas
200 máquinas, se alguma delas quebrar, o funcionário ficará sem acesso
aos serviços de rede até seu equipamento ser consertado. No modelo IaaS,
se eventualmente acontecer um problema no equipamento, o SLA será
cumprido. Pensando dessa forma, para o usuário interno e para a
companhia é muito mais vantajoso, pois todos ganham agilidade, a empresa
não perde produtividade, e o atendimento passa a ser altamente
profissionalizado por uma equipe externa especializada.
As bases do modelo IaaS preveem soluções rápidas para os problemas
técnicos, pois o fio condutor do serviço é a disponibilidade. Vamos
simular uma operação: temos um cliente com uma unidade em Rondonópolis,
interior do Mato Grosso, e uma das máquinas apresenta problema na placa
mãe e não é possível resolver remotamente. Possivelmente, a solução dada
pelo suporte técnico interno da empresa seria enviar uma nova máquina
de sua sede para suprir a necessidade, o aparelho com defeito seria
enviado para análise e só seria devolvido assim que consertado. Se
considerarmos que esse processo é rodoviário, deve ocorrer um ciclo de
cinco a sete dias para solução. Com o IaaS, é possível oferecer um SLA
de 12 horas em função da estrutura compartilhada que agrega serviços
rápidos, eficientes e, consequentemente, mais baratos.
Custo x benefício
Em relação aos custos, é necessário avaliar o enfoque do que será
considerado como valor. Se houver apenas uma comparação do custo da
compra e do custo do modelo, sem dúvida, o IaaS será considerado mais
caro, porque não estamos falando apenas de uma máquina, mas também do
software, da equipe de suporte, da disponibilidade, do financiamento, da
taxa de juros e do gerenciamento. Entretanto, visualizando e somando
todas as variáveis envolvidas em um contrato e a gestão desse parque,
com certeza o IaaS acaba sendo mais barato e vantajoso.
Existe ainda uma vantagem fiscal, mas que só é permitida para
empresas de lucro real. No modelo IaaS, as empresas passam a ter um
crédito em relação ao PIS/COFINS sobre o valor pago mensalmente ao
fornecedor, o que não é possível, por exemplo, no leasing operacional. O
modelo IaaS também permite a depreciação total do contrato dentro da
sua vigência, alocando todos os custos da operação como despesa, uma
vantagem contábil considerável.
Hoje, o IaaS é comprovadamente funcional, e as empresas conseguem
ficar mais confortáveis conforme a sua variação operacional; isso
fortalece o modelo e faz dele uma tendência em ascensão. Mas, como toda
novidade que surge em TI, o IaaS precisa primeiro provar seu valor, o
que vem acontecendo mais claramente nesse último ano. Acreditamos ser
apenas questão de tempo para que os bons resultados que são entregues
diariamente aos executivos de TI e de finanças tragam segurança para que
outras empresas experimentem esse novo paradigma.
O futuro do IaaS no país, acreditamos, não só é promissor, mas terá
novidades já no próximos meses e facilitará ainda mais a vida das
empresas. São mais serviços, mais visões, mais controles que não eram
feitos; serão complementos que, temos certeza, ajudarão na consolidação
desse modelo daqui para frente. *** Artigo de Diego Peron
|
Analisando as empresas brasileiras a partir de 2005, podemos
notar uma grande quebra de paradigma em relação à cultura de propriedade
de equipamentos de tecnologia. Isso quer dizer que houve a quebra da
resistência à opção de alugar em vez de comprar. Com a dificuldade do
crédito, principalmente com a crise de 2007, as corporações foram
obrigadas a enxergar novas possibilidades. Então, notou-se que o modelo
denominado Infrastructure as a Service (IaaS) ou infraestrutura como
serviço encaixava-se muito bem nesse novo cenário, porque, além de
eficiente, é bastante funcional também do ponto de vista financeiro.
Atualmente, cerca de 30 das 500 maiores empresas listadas pela edição
Maiores e Melhores da Revista Exame já trabalham sob o modelo IaaS; em
nível nacional, são mais de 2 mil. Na verdade, estamos vivendo o início
do momento de glória do IaaS e acreditamos que o pico de demanda
ocorrerá nos próximos anos, dado o crescimento econômico do país e os
eventos esportivos que serão aqui sediados.
Independentemente do modo como estão sendo organizados, esses eventos
já estão obrigando o país a se adequar em termos de infraestrutura
física. Vamos precisar de novos aeroportos, estádios, pontes etc., e
essas obras demandam um backoffice muito forte, pois as empresas
prestadoras de serviços precisarão montar rapidamente ambientes de TI
com serviços flexíveis. Nosso cenário econômico de reestruturação está
possibilitando às companhias enxergarem os planejamentos no longo prazo.
Isso está trazendo certo conforto e otimismo para nossa área.
Outro fator favorável em relação ao modelo IaaS é que, com a pressão
para diminuição dos orçamentos de TI, as empresas vêm buscando novas
alternativas para manterem seus ativos funcionais e atualizados dentro
da necessidade de seus core business. Além disso, o modelo elaborado
para a diluição e a diminuição desses custos deve trazer em seu
conceito, principalmente, a previsibilidade de despesas feitas em
hardware, software e peopleware, em um ambiente totalmente gerenciado.
Também vale destacar que a unificação de diversos serviços em apenas um
fornecedor diminui não só os custos com o gerenciamento de diversos
contratos, como também reduz o tempo de solução para os usuários. Todas
essas são vantagens do modelo IaaS.
A integração desse serviço é completa e transparente e vai da compra
no fabricante até a configuração de equipamento em cada usuário. Ou
seja, o controle, a manutenção e a gestão durante toda a sua vigência
ocorrem de uma forma clara. O cliente tem toda essa operação correndo em
seu backoffice e a enxerga de forma estratégica. Então, por essa razão,
ele não se preocupa, por exemplo, com estoque de peças, reposição,
máquina em sua sede e outras espalhadas por suas filiais – tudo isso é
responsabilidade de seu prestador de serviços de IaaS.
Com essa estrutura oferecida, fica mais fácil entender por que é
vantajoso contratar esse tipo de serviço especializado. A partir do
momento em que se tem essa composição de logística, de armazenamento, de
modelo, de volume de compra com os fabricantes, é possível usá-la de
forma compartilhada. Isso quer dizer que não é colocado todo o custo em
apenas uma operação, mas rateada em diversas operações. Por isso, é
indispensável ressaltar que quando o cliente faz um contrato de IaaS não
está comprando somente a possibilidade de usar o hardware e o
gerenciamento dele, mas também o suporte a esse hardware. O que isso
significa? Significa que quando precisar de algum serviço de suporte
técnico, independentemente do problema, o usuário terá apenas que
acionar o fornecedor de IaaS que, na maioria das vezes, poderá resolver
o problema remotamente. Caso isso não aconteça, a máquina será
substituída por outra dentro do SLA estabelecido.
Help desk interno e no IaaS
Qual é a diferença entre o atendimento realizado internamente pelas
companhias e quando contratam IaaS? A diferença é o SLA, um compromisso
com prazos rigidamente estabelecidos em contrato, para atendimento aos
usuários e que, se não cumprido, o prestador estará sujeito a pesadas
multas. No IaaS, dificilmente a empresa não será atendida naquele
período estipulado por contrato. Isso para o usuário é muito importante
porque, normalmente, nas equipes internas, a hierarquia era o que
determinava a prioridade de atendimento.
No modelo de IaaS que desenvolvemos, todo projeto é taylormade –
feito sob medida – ou seja, é hierarquizado no sentido de prioridade.
Por exemplo, o cliente determina que a área de TI tenha um SLA de seis
horas, que o presidente da empresa seja atendido, no máximo, em duas
horas e as demais áreas em 12 horas. Após essa definição, é montado um
planejamento de acordo com a necessidade do cliente, e será precificado
baseado nessas especificações. Outra hierarquização diz respeito à
importância dos equipamentos na rede. Por exemplo, um microcomputador de
um gerente é bem importante, mas não tanto quanto um servidor de alta
disponibilidade ou um ativo de rede que derruba a internet, ou até mesmo
um servidor de e-mail que, se parar, nem o presidente da empresa
consegue ter conexão. Isso tudo fica claramente determinado e delineado
e o fornecedor de IaaS tem que cumprir à risca.
Vamos a um exemplo: digamos que um hospital alugue 200 máquinas, uma
delas deve ficar dentro da sala de cirurgia cardíaca. Ela comanda um
determinado equipamento importante para uma operação; se, de repente,
essa máquina parar por um minuto, pode comprometer a vida de alguém.
Então, nosso papel é desenvolver o modelo para garantir que dentro
daquela sala não tenha apenas uma máquina, e sim, duas. Se porventura
aquela parar, eu tenho contingência. Os projetos de IaaS têm essa
característica de prever contingência durante todo o processo de
negócios, não só na implantação e manutenção.
No modelo tradicional, se uma empresa tem 200 funcionários e apenas
200 máquinas, se alguma delas quebrar, o funcionário ficará sem acesso
aos serviços de rede até seu equipamento ser consertado. No modelo IaaS,
se eventualmente acontecer um problema no equipamento, o SLA será
cumprido. Pensando dessa forma, para o usuário interno e para a
companhia é muito mais vantajoso, pois todos ganham agilidade, a empresa
não perde produtividade, e o atendimento passa a ser altamente
profissionalizado por uma equipe externa especializada.
As bases do modelo IaaS preveem soluções rápidas para os problemas
técnicos, pois o fio condutor do serviço é a disponibilidade. Vamos
simular uma operação: temos um cliente com uma unidade em Rondonópolis,
interior do Mato Grosso, e uma das máquinas apresenta problema na placa
mãe e não é possível resolver remotamente. Possivelmente, a solução dada
pelo suporte técnico interno da empresa seria enviar uma nova máquina
de sua sede para suprir a necessidade, o aparelho com defeito seria
enviado para análise e só seria devolvido assim que consertado. Se
considerarmos que esse processo é rodoviário, deve ocorrer um ciclo de
cinco a sete dias para solução. Com o IaaS, é possível oferecer um SLA
de 12 horas em função da estrutura compartilhada que agrega serviços
rápidos, eficientes e, consequentemente, mais baratos.
Custo x benefício
Em relação aos custos, é necessário avaliar o enfoque do que será
considerado como valor. Se houver apenas uma comparação do custo da
compra e do custo do modelo, sem dúvida, o IaaS será considerado mais
caro, porque não estamos falando apenas de uma máquina, mas também do
software, da equipe de suporte, da disponibilidade, do financiamento, da
taxa de juros e do gerenciamento. Entretanto, visualizando e somando
todas as variáveis envolvidas em um contrato e a gestão desse parque,
com certeza o IaaS acaba sendo mais barato e vantajoso.
Existe ainda uma vantagem fiscal, mas que só é permitida para
empresas de lucro real. No modelo IaaS, as empresas passam a ter um
crédito em relação ao PIS/COFINS sobre o valor pago mensalmente ao
fornecedor, o que não é possível, por exemplo, no leasing operacional. O
modelo IaaS também permite a depreciação total do contrato dentro da
sua vigência, alocando todos os custos da operação como despesa, uma
vantagem contábil considerável.
Hoje, o IaaS é comprovadamente funcional, e as empresas conseguem
ficar mais confortáveis conforme a sua variação operacional; isso
fortalece o modelo e faz dele uma tendência em ascensão. Mas, como toda
novidade que surge em TI, o IaaS precisa primeiro provar seu valor, o
que vem acontecendo mais claramente nesse último ano. Acreditamos ser
apenas questão de tempo para que os bons resultados que são entregues
diariamente aos executivos de TI e de finanças tragam segurança para que
outras empresas experimentem esse novo paradigma.
O futuro do IaaS no país, acreditamos, não só é promissor, mas terá
novidades já no próximos meses e facilitará ainda mais a vida das
empresas. São mais serviços, mais visões, mais controles que não eram
feitos; serão complementos que, temos certeza, ajudarão na consolidação
desse modelo daqui para frente. *** Artigo de Diego Peron
|
O sonho de todo usuário (e também do administrador de TI) é ter essa onipresença do Dropbox
com segurança, mas usando o próprio servidor ou até mesmo um na Amazon
(para os mais paranoicos com segurança). Mas como fazer isso? Criar uma
VPN é o mais comum, mas e a última milha do usuário? E o versionamento
de arquivos?
O Dropbox é líder quando se fala em sincronização de arquivos. Mas
por que o Dropbox é tão bom? Simplesmente porque permite a onipresença
dos arquivos do usuário aonde ele for e acessar aonde quiser com
qualquer dispositivo (mobile, tablet, notebook, etc). Temos outras
opções similares (Box.net, etc) mas sempre caímos em uma questão: usar o
servidor DELES, na nuvem DELES – e muita gente abomina essa ideia (por
exemplo, se a empresa deles falir, onde eu pego meus arquivos?).
Fuçando na Internet achei o ownCloud
que é uma plataforma similar ao Dropbox (tem softwares clientes para
Windows, Linux e Mac, o que o faz bastante flexível). É compatível com
várias distros Linux (e tem também instâncias prontas na Amazon).
Funciona também como calendário, servidor de mídia, bookmarks e outras
funções interessantes. Permite criar vários usuários com acessos
restritos por grupos. E o bom disso tudo é que é fácil de instalar
(mesmo que seja instalada “do zero”) e é opensource!
Testando o ownCloud numa instância EC2
Escolha uma instância EC2 com um troughput mais alto do que uma
Micro, devido ao tráfego de arquivos – use uma AMI (imagem) específica
com o ownCloud (ami-0fe4566, da BitNami), e o tamanho da instância usada
de acordo com o tráfego de arquivos (não use instâncias Micro, pois tem
um I/O baixo). Crie um volume com quantos gigabytes quiser e monte na
instância (usando ssh ou um Webmin instalado estrategicamente). Depois
reconfigure o volume para que o ownCloud o utilize.
É
possível setar quais diretórios sincronizar – antes é preciso criar o
diretório no servidor pela própria interface do ownCloud. Seus
documentos, fotos e tudo mais ficam seguros e podem ser sincronizados
com outras máquinas. Também dá pra sincronizar com outros servidores de
arquivos, como os “robozinhos” da QNAP e as distros NAS4Free e FreeNAS
(estas últimas com algum trabalho braçal de instalação de pacotes) – é
como se o ownCloud fosse um backup de segurança do seu NAS. Também dá
pra manter um backup de cada máquina do parque instalado (documentos,
etc).
As vantagens são muito grandes quando se tem um parque de máquinas
onde o backup é vital para casos de perda ou roubo de laptops, ou de
incêndio na sala do servidor, só para citar algumas situações. Também é
muito útil quando se tem a necessidade de ler documentos a partir de um
smartphone ou tablet. É o fim do pendrive esquecido e da
indisponibilidade – qualquer conexão de Internet serve para acessar o
ownCloud, desde que se tenha em mente que, quanto mais lenta a conexão,
maior a demora para arquivos grandes.
Conclusão
Usuários de Windows, Mac e Linux tem uma boa plataforma de backup e
sincronização de arquivos, no seu próprio ambiente ou então na nuvem da
Amazon. Ganha-se agilidade, segurança e disponibilidade a um custo
relativamente baixo. De fácil instalação e configuração, pode ser uma
boa pedida para pequenas e médias empresas. *** Artigo de Alexandre Minoru
|
Há muito tempo, uma pergunta está no ar: a nuvem
é segura? Estamos programados para pensar em cloud computing com um
desafio de segurança. Da perda de governança à preocupação com a
segmentação de outras atividades de TI na nuvem, até a potencial perda
de dados e vazamento de informação, existem vários riscos que devemos
considerar ao implementar uma estratégia baseada em cloud computing.
Mas um outro aspecto pouco destacado é que operações baseadas em nuvem podem ser um grande facilitador para a segurança de TI.
Podemos considerar ambientes na nuvem para melhorar e modernizar a abordagem de segurança em três aspectos:
- A força massiva dos ambientes de TI.
- Uma grande capacidade de armazenamento.
- Uma infraestrutura compartilhada.
Esses três aspectos combinados podem transformar as práticas
tradicionais de segurança e criar benefícios significativos para
profissionais e fornecedores de TI, como por exemplo:
- Melhor performance, com leveza e soluções de TI compatíveis -
Ambientes em nuvem podem ser usados para o tráfego de aplicações mais
robustas, típicas em uma solução de segurança em TI. Se executadas no
ambiente local, elas tendem a causar lentidão, diminuem a performance
das demais soluções e muitas vezes requerem a aquisição de um hardware
adicional. Ao liberar uma rede corporativa e seus dispositivos dessa
tarefa, isso permite que os usuários contem com uma estratégia de defesa
mais eficaz e profunda, já que facilita o uso de múltiplas ofertas de
segurança, simultaneamente. Transferir o processamento de sistemas mais
robustos para ambientes em nuvem traz ainda mais benefícios para os
dispositivos móveis, que possuem limitações de tráfego de dados e
consumo de energia.
- Informações sobre segurança mais atualizadas e centralizadas,
para a tomada de decisão - Com capacidade de armazemento virtualmente
ilimitada na nuvem, tornou-se possível criar, manter e compartilhar um
número maior de informações sobre ameaças na rede, últimos malwares,
listas de reputação de arquivos e IPs, bem como serviços de
geo-localização e outros dados de segurança. Essa abordagem global e
centralizada elimina a necessidade de gerenciar e armazenar uma imensa
quantidade de informação na infraestrutura das empresas, aumentando a
produtividade dos softwares de segurança, além de garantir que as
últimas e mais atualizadas informações sobre o ambiente de segurança da
rede estejam sempre disponíveis para a tomada de decisão.
- Melhor e mais rápida proteção através da força de análise do
‘Big Data’- vemos milhares de ameaças de segurança todos os dias.
Compreender os dados e traduzir sua inteligência em proteção pode levar
de dias a meses, tornando-se ineficaz ao considerar o ritmo com que
novas ameaças aparecem e aumentando o tempo de exposição. Combinando a
força de processamento e armazenamento dos ambientes na nuvem com a
inteligência adquirida das comunidades de usuários na nuvem é possível
aplicar técnicas de data mining em larga escala para identificar padrões
anormais de comportamento no sistema e, assim, criar mais rapidamente
novas detecções e proteções para a rede. O ambiente em nuvem também
fornece uma eficaz plataforma de testes para melhorar a segurança, já
que novas proteções podem ser testadas em dados reais, como parte do
ciclo de desenvolvimento de tecnologias de segurança, em vez do teste
nos ambientes isolados dos laboratórios. Não há melhor forma de testar a
eficácia dessas soluções do que no ambiente de dados reais.
- Proteção mais econômica e eficiente contra ameaças, com
atualizações mais inteligentes - Como somente um pequeno número de
ameaças, das existentes, ataca uma empresa e nós não conseguimos
identificar antecipadamente qual delas poderá se espalhar por toda a
rede, não é prático ou viável oferecer todos os tipos de vacinas e
assinaturas de segurança disponíveis. O tempo e os recursos para baixar
uma grande quantidade de informação, muitas vezes irrelevantes, seriam
impraticáveis e com custo proibitivo. Os ambientes na nuvem permitem
entregar somente as proteções adequadas ao perfil de risco da empresa,
protegendo de forma mais rápida um ambiente específico.
Estamos começando a utilizar ambientes em cloud como facilitadores de
segurança. Ainda há mais por vir. Começamos a ver tecnologias que
aproveitam os benefícios da alta capacidade de armazenamento da nuvem
para voltar no tempo e identificar o “paciente zero” - o primeiro
infectado - que essencialmente é o primeiro passo para impedir a
propagação de um malware. A análise do histórico desses dados pode ainda
avaliar o uso programas por usuários finais, que anteriormente
pensávamos estarem seguros contra as últimas ameaças, identificados
agora, de forma retroativa, como malware e em quarentena apenas os
dispositivos infectados sem uma verificação completa do sistema. Com a
contínua evolução da tecnologia, é possível imaginar que os usuários
possam consultar de forma dinâmica os ambientes na nuvem.
Enquanto a tecnologia continua a evoluir, também é razoável esperar
que usuários poderão consultar dinamicamente a nuvem para saber se um IP
ou um arquivo foi identificado como malicioso, se uma vacina já está
disponível, para então baixá-la e manter seu ambiente específico
protegido, de forma proativa.
Assim como os hackers utilizam todas as ferramentas disponíveis para
atingir seus objetivos, devemos fazer o mesmo como defensores das redes.
Aproveitar as potencialidades oferecidas pelo cloud computing para
melhorar a segurança da rede nos permite estar sempre à frente dos
invasores na guerra cibernética, cada vez mais sofisticada e implacável. *** Artigo de Ricardo Dias
|
O uso da inteligência no negócio não é um conceito novo, mesmo porque
sem inteligência nenhum negócio seria bem-sucedido. Mas o processo de
coleta de dados, organização, análise, compartilhamento e monitoramento
das informações, chamado de Business Intelligence (BI), ainda é pouco
adotado pelas empresas.
A adoção de soluções de BI e análise de dados é prioridade para a
maioria dos responsáveis pela área de TI de empresas de todo o mundo,
segundo uma pesquisa realizada pela Gartner com 2.335 líderes de TI em
45 países divulgada no início deste ano. A segunda maior preocupação dos
CIOs são as tecnologias de mobilidade e em terceiro lugar ficou a cloud
computing.
Isso porque com uma solução de BI é possível obter informações
estratégicas sobre o negócio com maior rapidez retiradas dos sistemas de
dados da empresa como ERP, data warehouse e outros e, consequentemente,
permite também agilidade na tomada de decisões. Além de facilitar a
compreensão das tendências do negócio, a identificação de riscos,
possibilita um planejamento corporativo mais amplo e facilita o acesso e
a distribuição de informação.
Mesmo com tantas vantagens, o principal entrave das organizações na
hora de investir em uma solução de BI era o processo de implementação,
que demandava tempo e infraestrutura. Além disso, muitos ainda confundem
a implantação de uma solução de BI com a do ERP, que requer, além de
infraestrutura e tempo, uma mudança de cultura interna da empresa. Mas o
BI não muda a forma de trabalhar da empresa, pelo contrário, se adapta a
ela, pois está intimamente ligado à estratégia do negócio.
A implementação de novas soluções, seja ERP ou BI, também vem sendo
facilitada pela computação na nuvem, que exige menos infraestrutura,
tempo e recursos financeiros, já que não há a necessidade de instalação
do sistema em data-centers locais, por exemplo. Por isso, a tendência é
que o BI continue crescendo ainda mais com o cloud computing.
Cloud computing
A computação na nuvem já é uma realidade em muitas organizações, até
mesmo em pequenas e médias empresas. Isso porque armazenar os dados na
nuvem oferece redução de custos, ganho de espaço físico na empresa,
rapidez no uso dos sistemas, segurança e muito mais. Com a nuvem, a
solução não precisa estar instalada em uma máquina, o que também
facilita na hora da atualização. E ainda há a facilidade de os dados
serem acessados de qualquer lugar.
Os serviços baseados na nuvem são cada vez mais vistos como uma
oportunidade para alavancar os negócios. Tanto que outro estudo
realizado pelo Gartner, com 1.364 gestores de TI e usuários de
ferramentas de BI no final de 2011, aponta que 27% das organizações já
usam ou pretendem usar esse modelo nos próximos 12 meses para otimizar a
análise dos dados extraídos dos sistemas de BI.
Computação na nuvem, BI e mobilidade são algumas das facilidades
proporcionadas pelo progresso tecnológico nos últimos anos, e as
empresas que querem crescer, seja qual for o porte, precisam unir essas
tecnologias. A nuvem facilita o acesso das informações e garante a
mobilidade. E a agilidade proporcionada pelo BI faz com que a empresa
consiga sair na frente na hora de definir as estratégias de ação e a
tomada de decisões. *** Artigo de Marcos Abellón
|
IntroduçãoEste é o primeiro artigo de uma série onde vamos abordar como reduzir custos e otimizar serviços em micro e pequenas valendo-se do que chamamos de Cloud Computing ( Computação em Nuvens ). O conceito de computação em nuvem (em inglês, cloud computing) refere-se à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da Internet, seguindo o princípio da computação em grade.O armazenamento de dados é feito em servidores que poderão ser acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas, serviços ou de armazenar dados. O acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através da Internet - daí a alusão à nuvem. O uso desse modelo (ambiente) é mais viável do que o uso de unidades físicas Infra esturutra, profissionais, horas de serviço, imprevistos e especialização custam muito caro para qualquer empresa, mas quando falamos de micro e pequenas empresas isso significa muito, e na maioria dos casos está fora da realidade da empresa. CenárioVamos criar num cenário fictício com empresas fictícias de diferentes segmentos: * Sites Web - Empresa de desenvolvimento de soluções para web * Editora Livros - Empresa do ramo de edição e produção de livros impressos * Distribuidora Geral - Distribuidora de Bebidas e Alimentos Todo mundo sabe que micro e pequenas empresas tem como forte limitador o capital disponível e que este fator pode ser o diferencial entre a vida longa e próspera da empresa ou a completa falência, mesmo que ofereça bons serviços. Sendo assim pode-se dizer que está fora de questão gastos com pessoal e equipamentos que não correspondam ao expertise do negócio. SoluçõesTelefoniaO primeiro fator essencial para qualquer empresa é um bom atendimento, uma capacidade de absorver seus clientes e captar novos clientes de forma fácil e barata. Gastos telefônicos podem ser estratosféricos quando não gerenciados de forma correta, para isso temos diversas opções, iremos tratar aqui as mais populares no Brasil mas vale ressaltar que dependendo do serviço adotado e de como ele e adotado podem ser combinadas diversas soluções para gerar um unico resultado. Vamos imaginar que o vendedor precisou viajar da sua Matriz em Piracicaba/SP para atender um cliente em Madrid na Espanha e um novo cliente de Joinville resolve ligar para ele, ao invés de gastar muito com um DDI podemos nos valer de VOIP através de diversos serviços onde aqui citaremos apenas dois: * Skype for Business/Skype Manager - O Skype permite a compra de números de acesso através do mundo inteiro inclusive de várias cidades do Brasil como Sao Paulo, Rio de Janeiro, Joinville, Campinas, etc. Além disso todos os números podem ser direcionados para um ou mais atendentes utilizando as próprias contas do skype ou serviços de SIP utilizando aparelhos telefônicos IPs. Com isso o vendedor pode estar sempre em contato com seus clientes não importa onde eles esteja nem qual cidade o cliente se encontre. * PABX Virtual Locaweb - Este é um serviço brasileiro que também fornece números por todo o Brasil e centraliza o antedimento através da internet e permite a comunicação de forma transparente entre o cliente e o vendedor no fluxo Telefone Convencional <-> Internet. Esta solução se diferencia por não possibilitar o uso de contas gratuitas de skype mas reduz significantemente os gastos com telefonia. Existem diversas outras soluções como Google Voice, Gizmo, etc, basta um pouco de tempo e consultas à internet para identificar o melhor serviço para seu negócio. Muitos destes serviços oferecem minutagem gratuita, numeros de acesso gratuitos, secretaria eletronica gratuita, menu eletronico ( URA ) e muitos outros serviços completamente de graça. Comunicação Integrada, Documentos e MultimídiaManter todos os membros de uma equipe, clientes e funcionários sempre à mão através de meios rápidos é necessário e para isso é necessário trabalhar de forma rapida e barata com soluções de Emails, Mensagens Instantaneas, Compartilhamento de Documentos, Formulários de Captação e outras formas de comunicação integrada. * Google Apps ( http://www.google.com/a ) - É a solução mais classica e mais conhecida, porém poucas pessoas tem real noção de quão poderosa aliada esta ferramenta pode ser. O Google Apps possui versão gratuita e paga, vamos tratar aqui apenas da gratuita afinal nosso intuito é redução de custos. Suporta até 50 usuários na versão não-paga e oferece excelentes serviços de Email com armazenamento crescente ( atualmente em 7 GB por conta de email) o que reduz os gastos mensais com infra-estrutura e suporte de servidores de email, integra com chat interno e muitos outros serviços Documentos Online com possibilidade e compatibilidade com diversas ferramentas como Microsoft Office, Open Office, Adobe Reader ( PDF ) e muitos outros, Planilhas com suporte a templates ( inclusive com templates para gerenciamento financeiro, organização de projetos, projeções, etc ), Apresentações e Desenhos Vetoriais, tudo isso sem gastar um único centavo com Licenças ou espaço em disco, basta apenas ter um computador com os requisitos mínimos. Aqui podemos tranquilamente dizer que economizamos no mínimo R$ 5.000,00 entre licenças e infra-estrutura sem contar a ausência de necessidade de profissionais especializados para configurar, disponibilizar e manter o serviço. Formulários de captação de dados, muito úteis para sistemas de pesquisa online, captação de curriculos, e muitos outros. Sistema de hospedagem de sites gratuito. Calendário Integrado com emails e dispositivos móveis. E muitos outros serviços. * EtherPad ( http://www.etherpad.com ) - Ferramenta de edição colaborativa de documentos, permite diversos usuários auxiliar no desenvolivmento ou correção de documentos de forma organizada e eficaz. Gratuito desde 2010 quando foi comprada pelo Google. * OfficeLive ( http://www.officelive.com/ ) - Similar ao Google Apps mas com as ferramentas da Suite Office da propria Microsoft. Também gratuito. * Aviary ( http://www.aviary.com ) - Esta é uma suite gráfica extremamente útil pois compreende Editor de Imagens Avançado, Ferramenta de Captura de Tela, Edição Vetorial, Edição de Efeitos Especiais, Edição de Áudio e Criação musical, tudo isso online e gratuito. * YouTube ( http://www.youtube.com ) - Sem dúvida a mais difundida ferramenta de compartilhamento de videos. Os gastos com hospedagem e infraestrutura para streaming de audio e video são altíssimos e serviços como este vem para reduzir drásticamente os gastos. * Vimeo ( http://www.vimeo.com ) - Similar ao youtube mas suporta videos mais longos e maiores e possui também uma versão paga com visual profissional e customizável. Transmissão Audio-Visual e StreamingMontar um sistema de transmissão ao vivo de qualidade profissional pode ser algo muito caro, ou não, abaixo temos algumas ferramentas utilizando CloudComputing ( GRATUITAS ) que cobrem a demanda: * LiveStream ( http://www.livestream.com ) - Ferramenta que possibilita transmissão e programação de estações de TV através do seu browser com suporte a funcionalidades dignas de uma grande emissora. * UStream ( http://www.ustream.com ) - Ferramenta leve e poderosa de transmissão ao vivo e integração com redes sociais, permite inclusive a gravação e streaming dos programas gravados ao vivo pelo proprio site. Dentre muitas outras soluções. Conclusões e EspectativasEsta é apenas uma análise superficial sobre as infinitas capacidades e utilidades de se utilizar Cloud Computing, existem muitos outros serviços para auxiliar sua empresa ou mesmo seu dia-a-dia de forma barata ( quando não gratuita ). Percebe-se que as soluções atendem todos os segmentos citados no inicio deste artigo e que não se restrigem a um unico tipo de negocio. Mesmo superficialmente podemos afirmar que com a utilização destes pequenos serviços foi possivel economizar aproximadamente R$ 4.000,00 em licenças e pelo menos mais R$ 1.300,00 mensais ( variando claro com a frequencia que seriam utilizados os serviços ). Tudo isso utilizando ferramentas que podem ser acessadas de qualquer computador em qualquer sistema operacional que suporte tecnologias web 2.0 ( praticamente qualquer desktop no mercado atual ). No próximo artigo irei abordar mais profundamente como integrar sua empresa utilizando Google Apps e Como montar uma estrutura eficaz de atendimento telefônico utilizando custos baixíssimos ( até 90% menos do que utilizando os meios convencionais ). Autor Kléderson Bueno é o criador, idealizador e mantenedor do Framework PhpBURN ( www.phpburn.com ). Especializado em desenvolvimento de sistemas customizados de alta complexidade, idealizador da rede de notícias ALEAC.net, um complexo de 47 sites integrados entre si trazendo noticias em tempo real de todos os municípios do Estado do Acre em um projeto pioneiro no Brasil e um grande case OpenSource. Evangelizador PHP, grande entusiasta de tecnologia e NERD.
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O Google anunciou um projeto em fase inicial que visa a permitir que
usuários imprimam documentos em qualquer impressora, a partir de
qualquer dispositivo. Chamada de Google Cloud Print, a tecnologia
dispensaria a necessidade de instalação de drivers de impressora
através do encaminhamento dos trabalhos de impressão para um servidor na
web, que ficaria responsável por processá-los e direcioná-los para a
impressora mais adequada. De acordo com Mike Jazayeri, gerente de
produto do Google, no blog da empresa, "o Google Could Print seria responsável
por enviar o trabalho para a impressora correta de acordo com as opções
selecionadas pelo usuário e retornar o status do trabalho para o
aplicativo". Segundo o executivo, mesmo com a tecnologia em fase
inicial, a empresa quer envolver desenvolvedores interessados no
processo de aperfeiçoamento da novidade. O Google Cloud Print
fará parte do Google Chrome OS, sistema operacional apresentado pela
empresa em novembro de 2009. Os primeiros netbooks com esse sistema
devem ser lançados no final deste ano. Publicado no iMasters com informações de InfoWorld
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