Nesta semana começa a décima edição da Futurecom (a primeira em São Pualo). Na quarta-feira estarei lá participando de um painel chamado “Educação, Saúde e Segurança: Serviços de banda larga viabilizando a melhoria da qualidade de vida”.
No Brasil já temos mais de dez milhões de conexões de banda larga, com um indice de 4,7 conexões por 100 habitantes. É um número importante, mais ainda pouco se comparado ao total da população brasileira. E também, apenas uma pequeníssima parcela dos assinantes tem acesso superior a 1 Mbps...A maioria ainda está nos patamares de 128 a 512 Kbps!Entretanto, entre os BRIC perdemos apenas para a China, com uma densidade relativa maior que na Rússia e Índia. Vejam mais detalhes no site da Teleco, em http
://www.teleco.com.br/pais/bric.asp.
Porque associar banda larga e qualidade de vida? Está claro que para uma economia se tornar avançada é necessário trilhar os caminhos que levem à construção da Sociedade do Conhecimento. Aliás, recomendo a leitura do livro “A Riqueza Revolucionária”, de Alvin Toffler. No livro ele aborda esta que seria a terceira onda de riqueza, que desafia os princípios do industrialismo e substitui os elementos tradicionais da produção industrial (propriedade, trabalho e capital) por um conhecimento ainda mais refinado.
Durante maior parte do seculo XX a tecnologia foi considerada, nos modelos macro-econômicos, como um fator exógeno às funções de produção ou embutida nos fatores tradicionais de capital e trabalho. Mais recentemente é que passou-se a considerar a tecnologia como um fator explícito de produção, que explicaria parte substancial do cescimento econômico de um país. Nos anos 90 alguns estudos demonstraram que a inovação tecnológica foi responsável por cerca de 70% do crescimento econômico e de 80% a 90% dos ganhos de produtividade.
E como banda larga se encaixa neste conceito? Na minha opinião, a banda larga (fixa e móvel) pode e deve ser encarada como uma forma essencial de promover o desenvolvimento econômico, principalmente em economias emergentes como no Brasil. A UIT chega a citar a existência de uma “exclusão de banda larga”(“broadband divide”). Para mim os serviços de telecomunicação são tão essenciais como o saneamento básico.
O impacto da disseminação da banda larga na sociedade é grande. Pode mudar modelos de negócio estabelecidos, como em publishing, fotografia, televisão (vide IPTV). Cria novos hábitos de consumidores, provocando mudanças em setores como turismo, música, software...E permite criar novas aplicações de TI, explorando por exemplo o potencial da IPTV, além de saúde (telemedicina) e educação à distância.
A banda larga também melhora as relações entre governo e sociedade. Vamos imaginar uma linha de vida do cidadão, que começa no seu nascimento, e passa por eventos como eduação, trabalhar ou abrir um negócio, procurar emprego, exercer cidadania, obter serviços úteis e aposentadoria. Com acesso à banda larga ele pode cumprir melhor suas obrigações, mas também consegue obter mais adequadamente seus direitos...Por exemplo, torna-se mais fácil e rápido obter beneficios sociais como serviços públicos de saúde. Reduz-se sensivelmente os tempos e os custos das interações com o setor público.
Enfim, agir na direção de diminuir a “exclusão de banda larga” é crucial para o crescimento econômico e melhoria da qualidade de vida. Muita coisa tem que se feita, inclusive na redução dos impostos sobre uso da banda larga, que hoje se situam em torno de inaceitáveis 40%!
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