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O seu conteúdo reflete minha opinião pessoal e não representa a opinião da IBM e seus funcionários.
Há poucas semanas a IBM fez um anúncio que passou meio desapercebido por aqui: a iniciativa Blue Cloud, que sinalizou a entrada oficial da corporação no mundo da Cloud Computing. O anúncio pode ser visto em http://www-03.ibm.com/press/us/en/pressrelease/22613.wss.
Ok, mas o que é mesmo Cloud Computing? Ainda existe pouca informação sobre o assunto e mesmo uma consulta à Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Cloud_computing) nos traz pouca coisa. Bem, podemos dizer que cloud computing é um termo para descrever um ambiente de computação baseado em uma rede massiva de servidores, sejam estes virtuais ou físicos (cloud). Cloud computing hospeda as cloud applications, que são as aplicações que estão residentes nesta nuvem (cloud). Na minha opinião cloud computing pode ser visto como o estágio mais evoluído do conceito de virtualização. Um artigo que aborda sucintamente o assunto pode ser visto na Business Week em http://www.businessweek.com/technology/content/nov2007/tc20071116_379585.htm?chan=top+news_top+news+index_technology.
Uma arquitetura em cloud é muito mais que apenas um conjunto (embora massivo) de computadores. Ele deve dispor de uma infra-estrutura de gerenciamento que inclua funções como provisionamento de recursos computacionais, balanceamento dinâmico do workload e monitoração do desempenho.
O conceito de cloud computing já é comum em algumas das empresas mais famosas da Internet como o Google e o Yahoo, que mantém parques computacionais com centenas de milhares de máquinas. Tem um artigo interessante sobre o assunto, que saiu na Wired, chamado The Information Factories, que pode ser acessado em http://www.wired.com/wired/archive/14.10/cloudware.html. Para se ter uma idéia do que são estas nuvens, estima-se que as cinco maiores empresas de busca na Internet tenham ao todo um parque computacional de cerca de 2 milhões de servidores!
Recentemente a IBM iniciou uma parceria com o Google para desenvolver em conjunto a expertise de desenvolvimento de aplicações em nuvem junto a alunos de algumas universidades americanas (http://www.informationweek.com/research/showArticle.jhtml?articleID=202400042).
E que se ganha com esta arquitetura? O primeiro benefício é uma melhor utilização dos recursos computacionais, potencializando os conceitos de consolidação e virtualização. Além disso, reduz sensivelmente o time-to-market para aplicações e-business e Web 2.0 (onde incluímos aplicações de virtual worlds e games MMPOG), que demandam conceitos do modelo computacional on-demand (alocar recursos à medida que for necessário, de forma dinâmica).
Tem um case interessante, que pode ser visto no blog de Nicholas Carr, em http://www.roughtype.com/archives/2007/11/look_ma_no_serv.php, onde ele relata o surgimento das “serverless Internet company”, empresas que se lançam na Web sem ter a necessidade de manter seu próprio parque de servidores. No case ele cita a Mogulus (http://www.mogulus.com/), um site para usuários produzirem e exibirem programas de vídeo.
Hoje algumas empresas do mundo Internet como o Google e a Amazon já oferecem seu imenso parque computacional para outras empresas. No Google, por exemplo, o projeto chamado de “My Stuff” vai permitir que os usuários (pessoas físicas e empresas) armazenem suas informações na nuvem Google (http://online.wsj.com/public/article/SB119612660573504716-Bq5NVzJleV2QSaaDy1m2bSVXDJk_20071227.html).
A IBM não está, com o Blue Cloud, entrando diretamente no negócio de oferecer nuvem de servidores para aluguel, mas sim em possibilitar que as empresas construam sua própria nuvem, seja para uso interno ou para ser comercializado externamente. O Blue Cloud é um conjunto de tecnologias que incluem o Tivoli Provisioning Manager, Tivoli Monitoring, WebSphere Application Server, DB2 e diversos componentes Open Source, como o Xen e o Hadoop. O Hadoop é um framework open source (sob licenciamento Apache) que permite executar aplicações em ambientes de nuvem. O Hadoop é um sub-projeto do Lucene (http://lucene.apache.org/hadoop/) que implementa o modelo de programação MapReduce, desenvolvido pelo Google (http://wiki.apache.org/lucene-hadoop/HadoopMapReduce e http://labs.google.com/papers/mapreduce.html ).
Na minha opinião, a entrada da IBM no mundo cloud computing vai acarretar para este conceito o mesmo impacto do anúncio do nosso comprometimento com o Linux, no Linux World de 2001. A partir daquele anúncio, o mercado sentiu que o Linux e o movimento Open Source eram para valer, com a entrada de um gigante como a IBM no cenário. E agora, com o Blue Cloud, cloud computing não será apenas para armazenar fotos pessoais, mas poderá se visto como solução para muitos negócios, principalmente para pequenas empresas. Esta opinião também é a de alguns analistas de indústria, como http://blogs.zdnet.com/Gardner/?p=2580.
Sugestão: prestem atenção na evolução do modelo cloud computing nos próximos anos...