O livro Open Innovation de Henry Chesbrough cita algumas estratégias que empresas podem adotar quando possuem determinadas tecnologias e não conseguem usufruir delas em todo seu potencial, seja por não estarem no seu core ou nos seus mercados alvo. Um caso destes pode ser exemplificado pela IBM e suas tecnologias de speech recognition (reconhecimento de voz).
Em um recente evento chamado SpeechTek2008, David Nahamoo, CTO da divisão de “speech and translation” da IBM Research anunciou a nova estratégia da IBM. Em vez de inserir estas tecnologias apenas em seus produtos (www.ibm.com/speech) , elas serão primariamente voltadas a desenvolver parcerias com empresas que as embutirão em seus produtos, levando-as então ao mercado. Algums parcerias já existem como as formadas com empresas como Vlingo (http://www.vlingo.com/) que coloca tecnologia de voz no BlackBerry e PhoneTag (http://www.phonetag.com/) que converte voice mail de celulares para texto e vice versa.Bom para saberem mais destas tecnologias visitem o site Embedded ViaVoice (http://www-01.ibm.com/software/pervasive/embedded_viavoice/).
Claro que a IBM continua desenvolvendo produtos de reconhecimento de voz, mas para casos especifcos, como os sistemas de tradução em tempo real, via laptops ou PDAs que traduzem inglês para árabe, usadas pelas forças armadas americanas no Iraque. O usuário fala em um microfone e o sistema traduz para árabe ou inglês. Já existem mais de 10.000 destas máquinas em uso no Iraque.
Existe também um projeto pioneiro na Índia, de “spoken Web” onde pessoas analfabetas no interior do país criam sites Web e os pesquisam usando apenas voz. Um exemplo: um fazendeiro vai a um quiosque com seu celular e constrói um página Web para promover seus produtos ou serviços, usando apenas a voz, de maneira fácil, respondendo a umas dez perguntas. Depois, os outros moradores da aldeia podem acessar o quiosque e através do celular usam comandos de voz para pesquisar estes sites e ouvir o que eles tem a oferecer. Vejam em http://www-03.ibm.com/press/us/en/pressrelease/23961.wss e em http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601091&sid=aAqXIVnqCMYg&refer=india.
A IBM já desenvolve tecnologias de reconhecimento de voz há mais de quarenta anos e a inseriu em muitos de seus produtos (lembram-se do Voicetype, embutido no OS/2?), mas o grande mercado está fora da IBM, em celulares, call centers, sistemas médicos, sistemas de tradução e outros negócios. Assim, porque ficar com a tecnologia presa dentro de casa, subutilizada, se ela poderá trazer muito mais receita sendo embarcada em produtos de terceiros?
A IBM também tem contribuido bastante para a comunidade Open Source quando em 2004 liberou diversas patentes de speech recognition para a Apache Software Foundation e o projeto Eclipse (http://www.theinquirer.net/en/inquirer/news/2004/09/14/ibm-to-open-source-speech-recognition). Só por curiosidade, as patentes doadas custaram para serem desenvolvidas cerca de dez milhões de dólares.
Reconhecimento de voz tem grande potencial de crescimento e provavelmente vai se tornar um meio muito comum de interação dos seres humanos com os sistemas. Um grande impulsionador serão os celulares, onde cada vez mais as pessoas não usarão as teclas, mas comandos de voz para ativar suas funções. Veremos também esta tecnologia se popularizando em sistemas de entretenimento e navegação (como GPS) em automóveis, onde o usuário não pode desviar sua atenção para teclar, mas em vez disso usará comandos de voz.
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