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As perspectivas de um PCD no mercado de trabalho

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Tarcísio Paciulo Castilho (31) trabalha há mais de 5 anos na IBM. Em seu currículo apresenta graduação em rede de computadores, pós-graduação em segurança da informação, licenciatura em Letra / Libras e hoje atua como consultor. Parece ser mais um caso de um jovem de sucesso, que ainda tem uma vida inteira pela frente. E é verdade, mas é muito mais do que isso. Desde pequeno Tarcísio possui deficiência auditiva profunda e precisou lidar com obstáculos que não são comuns para a maior parte da população.

Na época da escola, ele já sentia na pele a desigualdade que uma pessoa com deficiência enfrenta para estudar e entrar no mercado de trabalho. Sem a presença de tradutores/intérpretes, Tarcisio muitas vezes não conseguia adquirir o conteúdo no mesmo ritmo que outros alunos e ficava sempre de recuperação. Tudo devido à falta de uma comunicação apropriada. Isso é mais comum do que deveria e prejudica muitas crianças brasileiras que precisam de assistência especializada. De acordo com a Carolina Ignarra, uma das fundadoras da consultoria Talento Incluir, 60% da população com deficiência não têm ensino fundamental completo, devido à falta de acesso e preparo.

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O Brasil ainda está engatinhando quando se fala em inclusão de pessoas com deficiência. Somente em 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que entre diversos direitos visa assegurar acessibilidade, autonomia segura e um sistema educacional inclusivo com fornecimento de profissionais de apoio para os alunos com deficiência.

Muitas vezes para conseguir enfrentar essa barreira, o apoio familiar é importante. No caso de Tarcisio, sua mãe sempre se esforçou para que ele e seu irmão, também deficiente auditivo, pudessem desenvolver a audição e a fala. Assim, durante 14 anos, ela os levava à fonoaudióloga, o que trouxe resultados positivos, pois hoje Tarcisio tem mais facilidade de se comunicar oralmente e entende moderadamente a leitura labial.

Com 19 anos, ele resolveu entrar na faculdade de rede de computadores, foi quando ouviu falar da IBM e despertou o desejo de um dia poder trabalhar na companhia. Após mandar seu currículo, viu uma oportunidade de conseguir uma vaga e foi chamado para uma entrevista. Apesar do interesse em seu perfil, Tarcisio reconhece o receio de muitas empresas em contratar uma pessoa com deficiência e sabe que sua maior dificuldade no ambiente de trabalho é a comunicação. “Eu falo e todo mundo entende, mas receber as informações ainda é a maior dificuldade”, comenta.

Com uma conversa sincera e interesse por parte do gestor, Tarcisio pôde explicar como é possível incluir surdos nas empresas por meio de recursos simples. Hoje ele trabalha com uma ferramenta chamada Viavel Brasil, um sistema nacional com tradutor/intérprete real, mas por meio virtual que interpreta a fala em tempo real. Isso permite que ele participe de reuniões com colegas e clientes, além da própria comunicação via rede social corporativa ou e-mails.

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O ponto principal para a inclusão é o interesse e força de vontade superando as barreiras atitudinais. Com tecnologias simples, é possível entender e orientar esses profissionais. Tarcisio pertence aos 1% de PcDs (Pessoas com Deficiência) que estão no mercado de trabalho atualmente, de acordo com a Agência Brasil. Entre as dificuldades para aumentar essa estatística, a falta de infraestrutura para essas pessoas é o que mais pesa na hora de garantir inclusão. “Do momento em que saímos de casa, nos deparamos com um mundo que não é feito para nós. Eu e a comunidade de surdos, por exemplo, temos dificuldades de conviver com a comunicação público e privada” completa Tarcisio.

Avanços ocorreram, é verdade. A Lei de Cotas – nº 8.213 de 24 de julho 1991, define que empresas com 100 ou mais funcionários são obrigadas a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiências. Porém, de acordo com Carolina essa não deve ser a motivação principal para a contratação. “Cumprir lei será uma consequência a partir do momento em que você compreende que é preciso contratar. As empresas que já perceberam isso estão vendo resultados muito positivos”.

Atualmente, Tarcísio também é membro do grupo de afinidade de PcDs dentro da IBM, formado por voluntários que se unem para discutir temas de interesse e dificuldades como acessibilidade e ferramentas que ajudam na interação. Defensor da causa, ele sabe a importância para pessoas com deficiência terem a oportunidade de mostrar que são tão capazes quanto qualquer outra pessoa. É importante lembrar que não estamos falando de privilégios, mas sim de igualdade.

Essa é só mais uma história de alguém que conseguiu dar um passo além do que o esperado. Infelizmente essa não é a realidade de muitas pessoas com deficiência e não por falta de capacidade, mas sim de oportunidade. A empatia é o que nos torna humanos. Caso isso não seja o suficiente para lhe convencer, saiba que ela será essencial para quem quiser se diferenciar no futuro. De um jeito ou de outro, é preciso respeitar e incluir o que é diferente e tornar o ambiente de trabalho e a sociedade um ambiente melhor para todos.

*Por Gabriela Almeida

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